quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Portugal, um país de aldramaus

Por que razão medram tanto os aldrabões em Portugal? Por que razão vamos a votos e entregamos o governo e damos a mama aos aldrabões, de variada cor, e há mais de quarenta anos, como se por acaso acreditássemos neles - nos aldrabões? Os aldrabões que antes e/ou depois estão nas autarquias, nos bancos, nas edepês, nas caixas, nas renes, nas cepês, nas referes, nas misericórdias, nos metros, nos centímetros, nas construtoras, nas destrutoras, nos superescritórios de advogados, nos supermercados de escravos, nas fundações, nas afundações, nas jotas, nas motas, nas assessorias, nas tias, nas altas autoridades, nas baixas moralidades, nas televisões e nos jornais, no parlamento, na moinice enfim, e têm do povo uma vaga ideia. Por que razão?
Andava com esta dúvida fisgada nem sei há que tempos, mas no outro dia tive a inesperada revelação, quase sem querer, ao ouvir um minhoto retinto a falar. O homem antigo falava de não sei quem e chamava-lhe aldrabom. Aldrabom. Os minhotos de cá de baixo falamos assim (e eu até tenho uma certa vaidade na nossa maneira de falar), trocamos o ão pelo om, daí a confusom, e se calhar acreditamo-nos: ora aí está um aldra que é bom, pensamos na melhor das intenções e caímos na esparrela. Porque aí é que a porca torce o rabo: eles não são aldrabons - são aldramaus.

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