Foto Hernâni Von Doellinger |
Pedro Passos Coelho jura que as coisas estão a correr bem. A realidade desmente-o todos os dias, mas ele não desiste da "narrativa" que meteu na cabeça. Vítor Gaspar foi-se embora porque as coisas estavam a correr mal, mas o primeiro-ministro diz que as coisas estão a correr bem. As políticas e as reformas experimentalistas do Governo falharam notoriamente, e o primeiro-ministro diz que as coisas estão a correr bem. O Governo aumentou os impostos sem dó nem piedade, cortou a eito salários e pensões, subiu os preços de bens e serviços essenciais, e Passos Coelho gaba-se de reduzir a despesa do Estado. Portugal de carne e osso tem quase três milhões de pobres, milhão e meio de desempregados, meio milhão de trabalhadores a salário mínimo, que não chega aos 500 euros, milhares de sem-abrigo, cada vez mais gente com casa paga mas sem dinheiro para comer, e que pede ajuda. Somos já Portugal de pele e osso. Estamos à beira do abismo e o chefe do Governo diz-nos que vamos pelo caminho certo. Até parece que Passos Coelho acredita que, repetindo, repetindo, vai acabar por convencer-nos. E esta persistência intriga-me. O que é que o primeiro-ministro sabe, que nós não sabemos, acerca da estupidez dos portugueses?
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