No Alto Minho, a lampreia é "um prato de excelência" e de tradição. Sim, de tradição. "Para confeccionar um produto de qualidade com paixão e arte, nada melhor que as mãos de afamadas cozinheiras que receberam os testemunhos e segredos de gerações passadas, com raízes na ancestral tradição culinária do Vale do Minho", lê-se num opúsculo acabado de editar pela Adriminho para chamar visitantes e promover o consumo do apreciado ciclóstomo, durante os meses de Fevereiro e Março, nos restaurantes dos concelhos de Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira.
Não percebi com que segunda intenção, a Adriminho resolveu amaricar a apresentação da sua lampreia, bem à moda de Lisboashire ou Cascais County, colocando na capa do dito prospecto a fotografia de um empratamento aguado e triste, obra certamente de um daqueles famosos jovens chefs da televisão que não cozinham nada mas têm muito jeito para as artes plásticas. Resultou assim uma coisa de snack-bar cantineiro, algures entre Nova Iorque e Bogotá, espécie de nouvelle cuisine pretensiosa e escusada que envergonha a velha lampreia e a tradição gastronómica alto-minhota.
Vejam bem: então isto agora é que é a lampreia do rio Minho? Que mal é que tinha a outra, a verdadeira?
Este ciclóstomo corria na mesma equipa do Armstrong e estava nitidamente dopado. Mas já se sabe, ser ciclóstomo de alta competição não é para qualquer um. Do que gosto mais na apresentação é do muito tradicional panrico do alto minho. E agora vou ali verificar o tempero dos Ossinhos de Suã...
ResponderEliminarJorge von Doellinger
Olha, não vás mais longe. Grande abraço.
EliminarTens toda a razão. E se reparares nos outdoors espalhados pelo distrito a imagem parece...parece que alguém defecou. A sério!
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