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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Os Alemães não têm emenda

Primeiro foi a chanceler alemã, Angela Merkel, que na terça-feira deu a Madeira como um mau exemplo da aplicação dos fundos estruturais europeus, que serviram para construir "muitos túneis e auto-estradas bonitas", mas não contribuíram "para que haja mais competitividade". Agora é o presidente do Parlamento Europeu, o também alemão Martin Schulz, que critica o facto de Passos Coelho andar a pedir investimentos angolanos, considerando que, assim, "o futuro de Portugal é o declínio".
Ora bem: eu também tenho as minhas reservas acerca da "obra feita" na Madeira, mas sou português, embora continental, e escrevo um blogue que não se leva a sério. E, é verdade, o dinheiro angolano a mim também não me cheira nada bem. Mas isso é um problema meu. Nosso. Neste assunto, como noutros, parto de uma posição muito conservadora, que é basicamente aquela de eu estar à vontade para criticar um tio por ele ser um grande aldrabão, mas não admitir a ninguém de fora da família que me venha dizer que esse mesmo tio é um pequeno mentiroso.
Alberto João Jardim é uma nódoa? É. Pedro Passos Coelho é um desastre? De facto. Mas estas, como muito bem diria o filósofo e treinador de futebol Jorge Jesus, são questões "do forno interno" português. Problemas em que nós próprios nos metemos e que temos de ser nós também a resolver. Quem está de fora, racha canhotos! E os Alemães ainda estão de fora, apesar da sua histórica tendência para meterem o nariz e o resto onde não são chamados.
Merkel e Schulz decerto não concertaram uma ofensiva germânica contra Portugal. Isto foram acasos por acaso coincidentes, não são prolegómenos da invasão. De resto, a invasão propriamente dita era capaz de parecer um exagero, nos tempos que correm. Já não me admirava nada que, antes pelo contrário, os Alemães estivessem apenas a ganhar lanço para nos atirarem carroça fora.