P.S. - Hoje é Dia Mundial da Liberdade em alguns países, como os EUA, comemorando a queda do Muro de Berlim em 1989. E é também Dia Internacional Contra o Fascismo e o Anti-Semitismo.
Tarrenego!
sábado, 9 de novembro de 2024
Viva a liberdade! Abaixo as cuecas!
P.S. - Hoje é Dia Mundial da Liberdade em alguns países, como os EUA, comemorando a queda do Muro de Berlim em 1989. E é também Dia Internacional Contra o Fascismo e o Anti-Semitismo.
Era uma música muito estranha
Uma vez, há muitos anos, levaram-me a uma espécie de concerto no auditório do Conservatório de Música de Braga. Eu estava no seminário, teria no máximo os meus dezasseis anos e portanto que remédio. Fomos talvez para compor a sala, não faço ideia. E aquilo foi muito chato, não é para me gabar. Pela primeira vez na vida ouvi Béla Bartók, por interposta pessoa, e Cândido Lima, por ele próprio, creio que também com direito a comentários, ainda por cima. Saí de lá muito zangado com a padralhada e convencidíssimo de que o que acabara de ouvir não era música, até porque já tinha aprendido nas aulas que "música é um conjunto de sons agradáveis aos ouvidos", e na verdade eu vim cá para fora com as orelhas todas fodidas. Que se segue? Descobri recentemente que existe o Dia Internacional da Música Estranha, que por acaso é no próximo sábado, 24 de Agosto, e lembrei-me deste lamentável episódio, que me marcou como ferro em brasa até aos dias de hoje. Devo acrescentar em minha defesa que entretanto mudei de opinião a respeito daquela, digamos assim, especialidade musical. Mas apenas um bocadinho...
(Publicado originalmente em Agosto de 2023, a propósito do Dia Internacional da Música Estranha. O maestro Cândido Lima nasceu no dia 22 de Agosto de 1939, em Viana do Castelo. Fundador do Grupo Música Nova, autor de "A Sétima Voz", "Madrigal Blue" e "Cartas", foi o primeiro compositor português a utilizar em simultâneo, entre outros meios, computador, electroacústica e orquestra. O Seminário de Nossa Senhora da Conceição, em Braga, faz 100 anos na próxima quinta-feira, dia 14. Sigo com a série de republicações vitaminadas, assinalando a efeméride pela parte que me toca.)sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Estou de dieta
Foto Tarrenego! |
O que eu gosto mais na dieta mediterrânica, para além da comida propriamente dita, é o facto de se chamar dieta, o que me sossega sobremaneira a consciência, embora me alvoroce o estômago, os intestinos, o fígado e as articulações dos pés, das mãos, dos joelhos e dos cotovelos, para não falar do resto. Mas é dieta e temos de obedecer. Uma dieta feita, paradigmaticamente, à base dos ossinhos da suã da Tasquinha d'Alice, em Bobal, Mondim de Basto, como quem vai para as Fisgas de Ermelo, entalados, os ossinhos, entre salpicão caseiro e moiras encantadas e um naco de orelheira para desenfastiar e duas ou três costelinhas e meia dúzia de fatias de toucinho com o sal no ponto e batatas sabendo a terra e olhos de couves geadas pela madrugada e feijão vermelho da leira ao lado e por cima de tudo alho picado e azeite da fartura e do melhor mais um tintinho honesto e de malga para molhar a palavra. Produtos frescos, locais e produzidos em sintonia com os ciclos astrais e os ritmos da natureza, como muito bem preconiza a Unesco. E eu, nestas coisas, respeito implacavelmente a Unesco.
Depois, gosto também da denominação ela própria. Património Cultural Imaterial da Humanidade. Gosto da pomposidade das maiúsculas e gosto da palavra "Imaterial", porque, pensando bem, é uma palavra que, não sendo sólida nem líquida, resvala sorrateiramente para o domínio do "Gasoso" - o que, com sabemos todos, confere...