e paras de repente no meu cérebro.
Teus olhos procuram a flor da pele
buscando a existência fugidia
das árvores, dos rios, da paisagem.
E se te reconheço é porque apenas
és um sinal qualquer de outro país
donde fui expulso para sempre.
E se te reconheço é porque foges
pelas longas margens longamente
e teu sorriso concreto só existe
para a boca oleosa do veneno.
E se te reconheço é porque quero
entre meus dedos destruir teus olhos.
Para que tu existas e eu exista
nenhum sinal de nós deve existir.
Teus olhos procuram a flor da pele
buscando a existência fugidia
das árvores, dos rios, da paisagem.
E se te reconheço é porque apenas
és um sinal qualquer de outro país
donde fui expulso para sempre.
E se te reconheço é porque foges
pelas longas margens longamente
e teu sorriso concreto só existe
para a boca oleosa do veneno.
E se te reconheço é porque quero
entre meus dedos destruir teus olhos.
Para que tu existas e eu exista
nenhum sinal de nós deve existir.
"Para o Poema da Criação", José Terra
(José Terra nasceu no dia 24 de Maio de 1928. Morreu em 2014.)
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