Joseph Ratzinger tinha 85 anos quando, em 2012, resolveu escangalhar o presépio. Tirou a vaca e o  burro, porque - dizia o então papa e actual contrapapa - no local do nascimento de Jesus "não havia  animais". Portanto também não havia ovelhinhas, o que quer dizer que  também não houve pastorinhos do deserto. Sobravam, isso sim, os três reis  magos. Gente fina, vinho de outra pipa. Reis. E magos (porque o  champanhe ainda não tinha sido inventado). Esses, é certo, estiverem lá, em representação de toda a humanidade - segundo Bento XVI. Estiveram os reis magos e os anjos cantadores.
 Eu por acaso até era mais dado a acreditar no burro e na vaca do que na  mirabolante história de Gaspar, Melchior e Baltasar, uma boa linha média para quem jogue em 4-3-3, mas que se há-de fazer? Mais de dois mil anos a aquecerem o Menino com os respectivos bafos e é  este o pagamento que o burrinho e a vaquinha recebem.
 Sempre atento às verdadeiras e mais urgentes necessidades do mundo e da  cristandade, Ratzinger, o reaccionário e intriguista, resolveu escangalhar o presépio. Estaria no seu  direito. Mas no meu não mexe! Tarrenego!
P.S. - Publicado originalmente no dia 23 de Novembro de 2012. No dia 30 
de Setembro de 1452 começou a ser impressa a chamada Bíblia de 
Gutenberg, considerada o primeiro livro do mundo. Hoje é Dia da Bíblia 
Católica, crê-se que em homenagem a São Jerónimo, doutor da Igreja e 
conhecido por ser o primeiro tradutor das Escrituras para o latim 
vulgar, popularizando assim o seu conteúdo. Já agora, e só para que 
conste: a minha Bíblia é protestante. 
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