Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente
 Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
 Das horas que passei à sombra dos teus gestos
 Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
 Das noites que vivi acalentado
 Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
 Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
 E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
 Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
 Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
 É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
 E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
 E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora. 
Vinicius de Moraes
(Hoje, 25 de Julho, o Brasil celebra o Dia Nacional do Escritor, chamado também Dia do Escritor Brasileiro)
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