Dois de Junho, amanhecendo. A velha prostituta, muito limpa e organizada, consultou a agenda praticamente vazia e leu baixinho, soletrando, acariciando as sílabas uma a uma: - O bombeiro às onze, o taxista ao meio-dia, o do talho às três da tarde e o que gosta que lhe chame engenheiro, e de levar umas chibatadas, logo após a merenda. Desarriscou-os um a um, meticulosamente, com gosto, a começar pelo engenheiro, e disse sorrindo, como se alguém a ouvisse e visse: - Vou tirar o dia para mim, só para mim!
E foi lavar-se.
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