Cansado de esperar pela sua vez, o candidato levantou-se e pediu o
microfone. Melhor dizendo: saltou da cadeira e exigiu o microfone,
porque ele é que é o candidato, o povo o que quer é ouvir o candidato e
blablablá paisano não ganha votos nem dá empregos. O candidato agarrou pois no microfone, coçou-lhe a
cabecinha com a unhaca da cera, soprou-lhe o pó num imenso perdigoto
e, sem mais delongas, dirigiu-se aos seus caríssimos e suspensíssimos
apoiantes, praticamente quinze e em transe:
- Alô, chape, chape,
um, dois. Um, dois, três, microfone, experiência. Chape, chape, um,
dois. Um, dois, três, quatro, microfone...
E a multidão irrompeu em aplausos.
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