terça-feira, 28 de agosto de 2018

Apolinário Porto-Alegre 5

De repente na treva sulcou uma centelha.
Crer-se-ia que fora ferida uma pederneira.
A faísca inoculou-se, tomou corpo, distendeu as formas e logo depois uma língua de fogo serpenteou rápida, crepitou momentos lutando com regelo atmosférico e, ao fim, uma labareda flutuou os ígneos penachos.
Meia hora decorrida a ourela dos matos da serra Geral forma uma faixa luminosa.
Então distinguiram-se vultos que cruzavam o ambiente iluminado.
Acerquemo-nos.
Dois homens estão junto a uma das fogueiras. Tomavam mate.


"O Vaqueano", Apolinário Porto-Alegre 

(Apolinário Porto-Alegre nasceu no dia 29 de Agosto de 1844. Morreu em 1904.)

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