terça-feira, 7 de julho de 2015

Laurindo Rabelo

As rosas do cume

No cume da minha serra
Eu plantei uma roseira,
Quanto mais as rosas brotam
Tanto mais o cume cheira.

À tarde, quando o sol posto,
E o vento no cume adeja,
Vem travessa borboleta
E as rosas do cume beija.


No tempo das invernadas
Que as plantas do cume lavam,
Quanto mais molhadas eram
Tanto mais no cume davam.
 

Mas se as águas vêm correntes
E o sujo do cume limpam,
Os botões do cume abrem,
As rosas do cume grimpam.

Tenho pois certeza agora
Que no tempo de tal rega
Arbusto, por mais mimoso,
Plantado no cume, pega.

 
Ah! Porém o sol brilhante
Seca logo a catadupa;
O calor que a terra abrasa

As águas do cume chupa.

Laurindo Rabelo 

(Laurindo Rabelo nasceu no dia 8 de Julho de 1826. Morreu em 1864.)

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