sexta-feira, 30 de junho de 2023

Passos Perdidos ou Triângulo das Bermudas?

O Parlamento é uma casa de assombros. É assim uma espécie de Cova de Iria ou, vá lá, de Entroncamento, mas em Lisboa e em caro. No nosso Parlamento acontecem os mais variados e extraordinários espantos, a maioria dos quais, porém, não transpira cá para fora, porque o Parlamento, por norma, não transpira, mas também derivado ao segredo de Estado e, em muito raros casos, à vergonha na cara. O mais certo é que no Parlamento haja muita merda abafada, isto é, classificada. Por isso, o que às vezes vaza cá para fora, quando vaza, mete um bocado de nojo, mas é de rir.
Lembram-se, aqui há uns anos? Um documento de 36 páginas com a actualização do Plano Nacional de Reformas ficou esquecido mais de 40 dias na gaveta da então presidente da Assembleia da República, a jovem aposentada Assunção Esteves. Isso, quarenta dias, como Jesus no deserto. O documento tinha sido enviado pelo Governo, também do PSD, chefiado por Pedro Passos Coelho, e já não me lembro como é que se soube do fenómeno. Uma coisa é certa, três dias antes, quatro deputados socialistas da comissão parlamentar de inquérito ao caso BPN estiveram desaparecidos durante cerca de dez horas, deixando sozinha na sala e entregue aos bichos a camarada Ana Catarina Mendes. Após aturadas e angustiantes buscas, Basílio Horta, Pedro Delgado Alves, Pedro Nuno Santos, esse exactamente, e Hortense Martins acabaram por ser encontrados, vivos e livres de perigo, graças a Deus.
Sim, sobreviveram todos!...

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