terça-feira, 25 de outubro de 2022

Um ano negro para os artistas

O mundo estremeceu de comoção. E, se o mundo estremece, Portugal abana. Que tragédia, que cataclismo, que ano negro! Foi em 2016. Morreram, entre outros famosos mais-ou-menos, Prince, David Bowie, Leonard Cohen, George Michael, a Princesa Leia, e Bob Dylan ganhou o Prémio Nobel da Literatura.
A comunicação social portuguesa ficou em choque: um annus horribilis para os artistas, Deus nos abençoe e guarde! E escreveu-se, e escreveu-se, e escreveu-se...
Ora, artistas - em bom e antigo português - são também os nossos trolhas, os nossos pedreiros e os nossos carpinteiros, por exemplo. Artistas, assim se dizia e eu continuo a dizer. Conversei na ocasião com Albano Ribeiro, o eterno presidente do Sindicato da Construção de Portugal, que me contou o seguinte:
Trinta e nove (39) operários da construção civil morreram a trabalhar, em Portugal, naquele ano. E, em quatro meses, morreram seis (6) trabalhadores portugueses em obras por essa Europa fora, número grande em tempo de drástica redução de empreitadas e ainda sem estádios para construir no Catar.
Albano Ribeiro queria falar com os senhores jornalistas acerca deste e de outros assuntos relativos aos nossos artistas. Convidou a comunicação social portuguesa para uma conferência de imprensa que deveria realizar-se numa sexta-feira a uma hora cómoda. Ninguém apareceu.

P.S. - Hoje é Dia do Trabalhador da Construção Civil. No Brasil.

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