O que interessa é isto, dei utilidade à minha manhã de domingo. Semeei o vaso de coentros e preguei-lhes logo um sermão, porque realmente de pequenino é que se torce o pepino (sim, pepinos também era bem bom!): meus ricos meninos, disse-lhes eu, está um frio que não se pode andar com ela ao léu, mas não quero cá pieguices! O tempo está ruim, está sim senhor, são tempos de pandemia e de períodos de chuva fraca passando gradualmente a regime de aguaceiros, mas é em tempos assim que se vê de que massa é que os coentros são feitos (massa também dava jeito, se for de cotovelos)! Temos de ser exigentes, meus montes de merda (isto é o chamado estrume moral), temos de ser persistentes, suas sementes de trazer por casa (é verdade, apanhei-as no vaso do ano passado)! E dou catorze dias, talvez dez, para vos começar a ver a fronha, com geada ou sem geada, o problema é vosso, engonhas sem vergonha! Catorze dias, talvez dez, um atrás do outro, sem sequer tirar fora, disse eu ao vaso e não estava para brincadeiras. Queres feriado, toma!
Vamos lá ver o que acontece. Diz que se deve falar com as plantas e eu falei logo com as sementes. Tenho um vizinho alemão que se chama Adolfo e que gostou muito de me ouvir. Só espero não ter sido duro demais. Os coentros fazem-me falta.
P.S. - Publicado originalmente no dia 12 de Fevereiro de 2012.
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