Depois de ter sido o primeiro imperador romano e de ter imperado forte e feio durante 41 anos, menos sete do que o fascismo português, e depois de ter morrido faz hoje exactamente 2006 anos, RIP, Augusto, também conhecido como Caio Otávio ou Caio Júlio César Otaviano, apareceu em Fafe de chuteiras amarelas ou vermelhas, consoante, fazendo-se passar por defesa direito. Estávamos às portas do 25 de Abril de 1974 e era ainda tempo de botas negras. Menos o Augusto, que ia ao secador todos os dias e disfarçava muito mal como jogador de futebol.
A augusta figura coincidiu na AD Fafe com memoráveis jogadores como Zé Maria, Neto, Costa, Leitão, Cláudio, Ismael, Martinho, Cândido, Manuel Duarte, Nino, Testas, Alfredo, Daniel Lopes ou Valença, recém-tornado do Ultramar. Só Augusto destoava, quer-se dizer.
No entanto, apesar daquele aspecto colorido e aprumadinho, Augusto, não sendo génio, era genioso. Uma vez, num "amigável" com o Vitória de Guimarães, pegou-se à pancada tenho na ideia que com o sardento Romeu, que também era de gancho e acabou por jogar mais tarde no Benfica, no Porto e no Sporting. O Augusto, não.
As chuteiras de Augusto estavam muito à frente do seu tempo, como hoje se sabe. E o cabelo de Augusto marcou uma época em Fafe. Na época seguinte, de facto, Augusto foi enganar para outro lado. Em Barcelos, no Gil Vicente, e depois disso a História perdeu-lhe o rasto.
Sem comentários:
Enviar um comentário