quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Nuno de Sampaio 2

Hermetismo
 
Aquela que vem, flor, diadema, pássaro,
E a balança das mãos e as asas dos poemas.


E a neve mais amada quando ela vem, tardia,
E os flocos - pâmpanos de de uma angústia de cristal,
E os passos da morte estalando na areia fina.


Ó flor, penacho de insecto,
Ó neve, diadema do tecto,
Opacas paredes.


E a tesoura do anjo recortando a flor da morte
Na sua exacta ambiguidade.

"O Eterno Instante", Nuno de Sampaio

(Nuno de Sampaio nasceu no dia 20 de Outubro de 1925. Morreu em 2005.)

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