sexta-feira, 13 de março de 2015

Vítor Pereira, o verdadeiro arrastador de multidões

O assunto era carisma, capacidade de empolgamento e mobilização. Dei umas voltinhas de aquecimento sobre coisas quase tão sérias como o futebol - política e religião, por exemplo -, mas acerca de Vítor Pereira, treinador da bola, que era o golo que eu então queria marcar, escrevi o seguinte, no dia 18 de Outubro de 2011:

Por isso é que eu digo que Vítor Pereira não tem futuro no FC Porto. E peço desculpa por esta descida tão brusca à terra, e ainda por cima ao futebol nacional, que descer mais era impossível. Vítor Pereira não tem o carisma de José Mourinho, o carisma de André Villas-Boas ou até o carisma que Jesualdo Ferreira. Lamentavelmente, também não tem o seu próprio carisma. E o carisma não se ensina nem se aprende. É um dom especial, inato, pessoal e intransmissível.
O actual técnico dos dragões é uma personalidade insegura, rígida, tensa, cinzenta, uma excelente pessoa. Falta-lhe a chama dos líderes, carece de umbigo. O treinador Vítor Pereira não é natural, não sorri, não ri, não cativa, não empolga, não leva ninguém com ele. Na hora da batalha final, vai olhar para trás, para as suas tropas, e estará sozinho.
Vítor Pereira poderá saber muito de futebol (já me disseram que sim), poderá ser um profissional sério e esforçado (acredito que é), poderá até ser campeão (Deus me ouça), mas é um mero entre parênteses no FC Porto.

Ora bem: enganei-me redondamente e peço desculpa. Quando disse que Vítor Pereira "não leva ninguém com ele", e que, "na hora da batalha", quando "olhar para trás", "estará sozinho", fui néscio e injusto. Vítor Pereira, é vê-lo agora na Grécia: um sucesso! Nunca nenhum treinador de futebol, de Afonso Henriques até Mourinho, arrastou tamanhas multidões atrás de si. Multidões de adeptos das equipas adversárias, que lhe querem aquecer o corpo, é certo, mas multidões. E já por duas vezes, que se saiba e até ver.
Por outro lado, dentro de uma ou duas semanas Vítor Pereira deverá ser recambiado para Portugal (que na Grécia já há gente a mais com fósforos nas mãos), retomará o seu lugar de mais ou menos pacífico comentador televisivo e, para a minha humilhação ser completa, dará às quartas-feiras workshops sobre carisma nas instalações do Inatel.

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