Eram dois homens, já na segunda metade da idade. Um deles fica à porta, enquanto o outro entra no restaurante. O proprietário, que o recebe no hall, pergunta-lhe "É para almoçar?" e o homem responde "É para dar uma vista de olhos". O dono do estabelecimento, embora lhe apeteça, não disparata: "Faça favor. Isto não é nenhum museu, mas não paga nada".
Um ou dois minutos depois, o homem sai. Olha para o amigo que o espera, não falam, e desandam dali no mesmo passo descomprometido com que tinham chegado. Deixo de os ver. Fico a imaginar que vão a outro restaurante, fazem a mesma cena mas trocam de papéis. Assim, à vez, vão comendo com os olhos e já ficam almoçados. Melhor do que ir mastigar o papo seco de nariz amarrotado contra a montra do talho.
Em Belém e São Bento se calhar não sabem. Comer com a boca está a sair dos hábitos de cada vez mais portugueses.
Hernâni
ResponderEliminarFalas em comer com os olhos, outros diriam, comer por sugestão. Mas, qualquer destas formas de dizer vem ao encontro daquilo que a escumalha que nos (des)governa prepara para os portugas madraços que somos nós. Chamam tolo ao OTELO, mas eu não sei não...?
Mas, este tema leva-me para outras questões bem mais fáceis de abordar.
Este teu Amigo (também não uso as maiúsculas de ânimo leve) trabalhou numa empresa em que um certo director mal chegava ao gabinete chamava pela secretária. Ela corria solícita, pensando que o homem precisava de algo, mas lá chegada, o director ficava ali, especado a olhar para ela sem nada dizer.
rsrsrsrs
É isso mesmo que estás a pensar...!!!
O homem estava a comê-la com os olhos!
Gaspar de Jesus
Era o pequeno-almoço do homem, não era?
ResponderEliminarObrigado, Gaspar, pela visita e pelo comentário