domingo, 21 de janeiro de 2024

Bienal, como o próprio nome indica


Vale a pena a recordação. E era a melhor das intenções, disso que não haja dúvidas. Na sua voz maviosa, a locutora da rádio fazia o elogio e o convite à visita à Bienal de Cerveira - "há 17 anos" a levar ao Alto Minho a nata da arte plástica nacional e internacional. Pois. Dezassete anos, contas bem feitas, porque naquele ano, 2013, era a décima sétima edição do evento e portanto não havia que enganar. A locutora da voz maviosa (já disse que a voz era maviosa, não já?) ignorava que a Bienal de Cerveira começou em 1978 - há 35 anos naquela altura, assim é que está certo - e que as bienais, como o próprio nome indica, realizam-se de dois em dois anos. Mas isso são pormenores.
Perdoo a ignorância da locutora. Eu próprio já escrevi que Vila Nova de Cerveira perde muito por não fazer a Bienal todos os anos. Mas era uma laracha das minhas: tenho a mania da piada tirado do cu com um dedo, não falo na rádio e raramente falo a sério. Perdoo a locutora por causa da sua voz definitivamente maviosa, minha companhia pelos nevoeiros matinais do Parque da Cidade, e porque a seguir ela me deu "Purple Rain", versão Urselle. Claro que era muito melhor o extraordinário original de Prince, mas se calhar não é suficientemente smooth...

P.S. - Jaime Isidoro - pintor, galerista e fundador da Bienal de Cerveira - morreu no dia 21 de Janeiro de 2009. Tinha 85 anos. A XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira está marcada para este ano, de 20 de Julho a 30 de Dezembro, sobe o tema "És livre?" e comemorando os 100 anos do nascimento de Isidoro.

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