A questão foi pertinentemente colocada numa reportagem televisiva, aqui há uns anos, no tempo de Passos Coelho e de Cavaco Silva, ainda a pandemia se chamava troika, parece que já nos esquecemos. Que República queremos ter? Se me perguntassem a mim - mas a mim só me perguntam o caminho para o IKEA de Matosinhos -, se me perguntassem a mim, digo, eu tinha a resposta na ponta da língua: quero uma república das bananas. E das maçãs e dos pêssegos, do pão e do carapau, do frango de aviário e do leite, da massa de cotovelo e da água. Uma república republicana, com comida na mesa, até na mesa dos trabalhadores. E com trabalho para os trabalhadores. E com lugar para os imigrantes. E com casas para as pessoas. E com professores para os alunos. E com médicos para os doentes. E com ar para respirar. E com gente honesta no Governo. E com uma Assembleia limpa de fascistas e nazis. E com um presidente que seja da República.
É decerto por eu ter estas ideias malucas que ninguém me pergunta nada, a não ser o caminho para o IKEA de Matosinhos. É. Só os galegos desorientados é que querem saber a minha opinião...
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