O dr. Castro resolveu desancar no dr. Vinagre. Fê-lo há dias, numa espécie de artigo de opinião, no DN, a propósito dos dois rapazes de Famalicão que faltam às aulas de Cidadania. O dr. Castro é ex-líder do CDS e antigo vice-presidente do Benfica. O dr. Vinagre é magistrado do Ministério Público e toma conta em tribunal daquele tão famoso caso.
O dr. Castro não foi manso. Chamou de tudo ao dr. Vinagre, apenas sugerindo ou pintando a manta com as letras todas. Argumentação é que nada. Sustentaçãozinha é que viste-la! Palavras e só palavras umas atrás das outras, palavras militantes, guerrilheiras, habilidosas, gratuitas, infelizes, pataratas, destratantes, numa linguagem jurídico-tasqueira raiando a onzenice e muito mais própria para ser utilizada por mim, que não sou dr. nem sou nada e percebo tanto de direito quanto o dr. Castro percebe de futebol - isto é: zero.
Ainda assim, tenho de admitir que no meio daquela tralha toda o dr. Castro possa ter acertado sem querer numa coisinha acerca do dr. Vinagre. Uma coisinha somente, mas é de justiça que aqui se diga. O tiro de sorte poderá ter acontecido quando o dr. Castro acusa o dr. Vinagre de ser "um comediante". Isso. Um comediante.
Ora bem. Eu não conheço o dr. Vinagre, e confesso que tal me causa um certo desgosto, mas conheci satisfatoriamente o Vinagre. Lembro-me muito bem. Posso portanto testemunhar, e a verdade é só uma: o Vinagre era realmente um pândego. Um brincalhão. Um cómico. Enfim, um indivíduo dado à pilhéria. E quer-se dizer: sem saber ler nem escrever, o dr. Castro, que por acaso é uma criatura triste, até parece que bateu no ponto, e contra isso nada...
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