O Mola-Partida levantou-se a contragosto e acompanhei-o ao Mercedes, seguindo os seus movimentos de sobe-e-desce amenizados pelo enorme sapatorro direito. Fez-me lembrar a Orora, a prostituta manquinha que há muitos anos aviava os clientes, em pé, ali numa viela que circundava o campo de futebol do Salgueiros, em Paranhos. À falta de sapato tipo Nemésio, apoiava o pé esquerdo num tijolo durante a função. Em chegando o clímax, os especialistas davam um pontapé no tijolo e era vê-la a espernear, para grande prazer e gozo do mais exigente putanheiro.
"Que Puta de Vida!", Luís Lopes
(Hoje, 26 de Março, comemora-se o Dia do Livro Português. No Brasil é Dia do Cacau.)
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