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| Foto Hernâni Von Doellinger |
Daquela cabeça não saía uma ideia, uma opinião, uma decisão. Nem sequer o boné. "Então, logo vais?", perguntavam-lhe. "Porquê, vocês vão?", respondia. Ele não sabia. Nunca. Faltava-lhe uma certa maneira de ver as coisas, uma maneira própria, não dispunha daquilo a que se possa chamar um prisma, uma perspectiva, uma posição, uma teoria, um conceito, uma óptica, um ponto de vista, um ângulo ou, vá lá, um palpite que se diga. Era um bom-serás, um benévolo dador de améns, um banana, um macaquinho de imitação, um manel vai com os outros. Isso. O que os outros dissessem, estava bem. Ele ia atrás. Sempre. Ele era, para todos os efeitos, um sujeito a reboque.
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