A propósito do meu texto sobre o ex-deputado André Almeida (que, na verdade, era sobre outra coisa...), um leitor do Tarrenego!, que assina Luís Silva e que sinceramente não creio que pertença ao grupo de que falo no parágrafo anterior, pergunta, muito correctamente, aliás, se aquilo não era uma "encomenda". Era. Mas é claro que era. E como o caderno de encargos previa a elaboração de dois textos, cá está o segundo.
Como já expliquei ao senhor Luís Silva, não tenho o prazer de conhecer pessoalmente o André Almeida e só falei com ele uma vez, pelo telefone, não por acaso em Fevereiro de 2008. Sei tanto da vida do PSD, ou da vida de outro partido qualquer, como o senhor Luís Silva sabe da minha. Isto é: nada. Fui a Arouca uma vez e gostei. A famosa vitela é que me pareceu uma coisa como outra qualquer. A vitela de Fafe é incomparavelmente melhor. Mas decerto errei no dia, fui pelas Festas das Colheitas, em 2005. Posta assim ao léu a minha declaração de desinteresses, devo acrescentar que admiro as pessoas bem intencionadas, ingénuas ou não, vaidosas ou não. Para cínico, basto eu.
André Almeida só não vingou como deputado porque fez tudo mal. Chegou a Lisboa e avisou que queria trabalhar, disse até qualquer coisa do género "Acho que posso ser útil no Parlamento". Ora, os deputados não estão lá para trabalhar, muito menos para serem úteis. Os mais velhos decerto que ensinam isso aos mais novos, mas o jovem arouquense deve ter faltado às aulas. Depois foi a desgraça que se viu. André Almeida teve a lata de admitir que ganhava demais e levou nas orelhas, mas, mesmo desterrado para os bancos da cozinha, lá aparecia de vez em quando, provavelmente quando não estava mais ninguém no hemiciclo, a puxar por Arouca e pela sua região. Ainda por cima, tinha a mania de "prestar contas" aos eleitores com permanente informação no seu site oficial. A verdade é esta: deputados assim não interessam, dão má fama à Assembleia da República.
Afirma o senhor Luís Silva que "era habitual" André Almeida fazer encomendas de textos "sempre que ia caindo no esquecimento". Aqui fica o registo. E faz notar também que, no meu texto, "faltou dizer" que o ex-deputado "não apoiou Passos Coelho na luta contra Rangel". Não faço a mínima ideia se o André Almeida apoiou ou não apoiou o Passos Coelho e nem sei o que é que isso interessa para o caso. Mas isto sou eu, que estou por fora das intrigalhadas partidárias. E já agora: o Passos Coelho lutou mesmo contra o Rangel? Gostava de ter visto. Embora eu ache, se me permitem a sugestão, que um combate entre Rangel e Marques Mendes era mais equilibrado.
Informo a estimada clientela que tenho a produção toda tomada até ao final do ano. Novas encomendas só serão consideradas a partir do dia 2 de Janeiro de 2012.