domingo, 18 de maio de 2025
Eu não lhe admito, senhor deputado!
- Então o que é que o senhor deputado disse, senhor deputado?
- Eu disse aquilo, senhor deputado.
- Aquilo, senhor deputado? E só agora é que o senhor deputado diz isso, senhor deputado?
- Eu não admito que o senhor deputado diga que eu disse isso, senhor deputado!
Relativamente a essa matéria
- E relativamente à outra matéria, senhor primeiro-ministro?
- Relativamente à outra matéria, senhor deputado, devo esclarecer que não tenho nada a acrescentar relativamente à outra matéria.
- Bem me parecia, senhor primeiro-ministro!
- Ainda bem que nos entendemos, senhor deputado!
sábado, 17 de maio de 2025
Reflexão ou refluxo?
domingo, 4 de maio de 2025
Cuidado com as carteiras!
sábado, 8 de fevereiro de 2025
A saudação nazi
A saudação nazi que o impagável deputado Arruda fez ontem no Parlamento não foi, como dizem, uma saudação nazi. Foi, isso sim, uma saudação nazi, disse ele, quando repetiu.
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
Passos Perdidos ou Triângulo das Bermudas?
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
O ânus da prova
Já o outro, urbanita de grande metrópole, frequentador de mundo e telejornais, ajeita delicadamente os botões de punho de dezoito quilates, afaga a gravata hermès sofisticada e cara, faz biquinho e diz, finíssimo porém acutilante, ânus da prova. Ânus da prova, é o que ele diz na televisão de esgoto! Ânus da prova para aqui, ânus da prova para ali, enche a boca de ânus da prova! E chamam-lhe ó-doutor, jurista, comentador, especialista em molduras penais e em penicos de esmalte. E ninguém se ri.
Por outro lado. "A minha pátria é a língua portuguesa", escreveu o nosso Fernando Pessoa. "A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo. Um povo só começa a perder a sua independência, a sua existência autônoma, quando começa a perder o amor do idioma natal. A morte de uma nação começa pelo apodrecimento da língua", escreveu Olavo Bilac, o brasileiro e sensato.
Bilac (1865-1918) e Pessoa (1888-1935). Não quero saber aqui quem é ovo ou quem é galinha, nem me interessa como assunto, de momento, o miserável, escusado e alegado acordo ortográfico. Lembrei-me foi dos professores doutores da mula ruça, traidores à pátria, que enchem a boca de "periúdos", de "interésses", de "rúbricas", de "perzeveranças", de "mediúcres". Enchem a boca e apodrecem a língua. Apodrecem a língua e matam a nação.
António Costa, por exemplo. Já era tempinho de aprender a falar português, depois de, em 2015, ter aprendido a não falar mandarim. Em São Bento e no Largo do Rato ninguém lhe soube deitar a mão e pôr pimenta na língua, espero bem que agora lá pelos corredores e gabinetes do Conselho Europeu apareça alguma alma caridosa que ensine ao nosso ex a basezinha das regras de concordância, alguém que pelo menos o proíba de comer sílabas enquanto fala. Falar com a boca cheia é, para além do mais, falta de educação.
quarta-feira, 27 de março de 2024
A última palavra do deputado
- Muito obrigado, senhor presidente. Senhor presidente, senhoras e senhores deputados: zus!
sexta-feira, 8 de março de 2024
Depois queixam-se da abstenção...
sexta-feira, 30 de junho de 2023
Batman, o de trazer por casa
segunda-feira, 19 de junho de 2023
Relativamente a essa matéria
- E relativamente à outra matéria, senhor ex-ministro?
- Relativamente à outra matéria, senhor deputado, devo esclarecer que não tenho nada a acrescentar relativamente à outra matéria.
- Bem me parecia, senhor ex-ministro!
- Ainda bem que nos entendemos, senhor deputado!
quinta-feira, 30 de junho de 2022
Eu não lhe admito, senhor deputado!
- Então o que é que o senhor deputado disse, senhor deputado?
- Eu disse aquilo, senhor deputado.
- Aquilo, senhor deputado? E só agora é que o senhor deputado diz isso, senhor deputado?
- Eu não admito que o senhor deputado diga que eu disse isso, senhor deputado!
Relativamente a essa matéria
- Relativamente a essa matéria, senhor deputado, devo esclarecer que não tenho nada a acrescentar relativamente a essa matéria.
- E relativamente à outra matéria, senhor primeiro-ministro?
- Relativamente à outra matéria, senhor deputado, devo esclarecer que não tenho nada a acrescentar relativamente à outra matéria.
- Bem me parecia, senhor primeiro-ministro!
- Ainda bem que nos entendemos, senhor deputado!
Realmente. O que seria de nós, do País, da Nação, do nosso amado Portugal, sem os nossos senhores deputados, sem os nossos senhores primeiros-ministros, gente assim de categoria?...
P.S. - Hoje é Dia Internacional do Parlamentarismo.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2022
O viagra ao poder!
Mas o máximo era conseguirmos um borguista tipo Silvio Berlusconi, o octogenário italiano que, segundo o língua-de-trapos do seu médico pessoal, ainda aqui atrasado podia "ter, sem exagero, seis relações sexuais por semana", desde que descansasse ao domingo, derivado à religião.
Um homem assim é que era bom. Alguém que se concentrasse realmente no essencial - a mulherenguice - e que, por favor, nos saísse de cima.
P.S. - Publicado originalmente no dia 27 de Junho de 2011. O magnata italiano Silvio Berlusconi anunciou a sua entrada na política no dia 26 de Janeiro de 1994.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2022
A história exemplar do deputado Almeida
Avisado pelo jornalista que o entrevistava para a perigosidade da matéria em que estava a mexer (matéria altamente inflamável e explosiva, e que ainda lhe poderia rebentar nas mãos), o jovem deputado limitou-se a encher o peito e a declarar-se "preparado para as críticas". Mas não estava. Dois dias depois, o deputado Almeida foi humilhado pelo seu próprio grupo parlamentar e obrigado a fazer um lamentável pedido de desculpas. Os colegas de bancada fizeram dele gato-sapato. E, para a humilhação ser completa, o puxão de orelhas colectivo, que até foi privado, saiu imediatamente para os jornais.
Ficou a saber-se que o jovem André Almeida se defendeu dizendo que as suas declarações tinham sido "irreflectidas" e que pediu formalmente desculpas aos seus indignados companheiros de carteira. Mas nem esta triste figura bastou ao inquisidor-mor Agostinho Branquinho, um dos falcões do velho PSD, que insistiu no enxovalho, argumentando que o pedido de desculpas não era suficiente para fazer desaparecer os danos entretanto causados. Nesse dia André Almeida já não atendeu o telefone do 24horas.
Quanto aos "danos" apontados à reguado por Branquinho, esse inapagável farol da deontologia social-democrata, foram sendo meticulosamente reparados. De oitavo na lista de candidatos do PSD por Aveiro às Legislativas de 2005, André Almeida desceu para décimo em 2009 e para décimo primeiro em 2011. Isto é: nunca mais sentou o cu na Assembleia. André virou-se então para a política local e foi líder da concelhia do PSD de Arouca, lugar a que não se recandidatou, alegando "razões profissionais, familiares e pessoais". Suponho que André Almeida abandonou definitivamente a política por volta de 2015, para se dedicar a coisas sérias e a uma vida útil e honesta: é dentista, se não me engano.
domingo, 23 de janeiro de 2022
Viva a liberdade! Abaixo as cuecas!
sábado, 22 de janeiro de 2022
Votam uns pelos outros, e quê?
O ânus da prova
Bilac (1865-1918) e Pessoa (1888-1935). Não quero saber aqui quem é ovo ou quem é galinha, nem me interessa como assunto, de momento, o miserável, escusado e alegado acordo ortográfico. Lembrei-me foi dos professores doutores da mula ruça, traidores à pátria, que enchem a boca de "periúdos", de "interésses", de "rúbricas", de "perzeveranças", de "mediúcres". Enchem a boca e apodrecem a língua. Apodrecem a língua e matam a nação.
António Costa, por exemplo. Já era tempinho de aprender a falar português, depois de, em 2015, ter aprendido a não falar mandarim. Não há lá pelos corredores e gabinetes de São Bento ou no Largo do Rato quem saiba ensinar ao nosso ainda primeiro-ministro a basezinha das regras de concordância, alguém que o proíba de comer sílabas enquanto fala? Falar com a boca cheia é, para além do mais, falta de educação.
P.S. - No dia 22 de Janeiro de 1500, o nosso rei D. Manuel I determinou que "não se pague moradia aos moços fidalgos" sem estes terem dado provas do domínio da língua, com certidão passada por mestre de gramática. Ai se fosse hoje! O que seria dos nossos novos "moços fidalgos", os ilustres e amiúde analfabetos deputados da Nação?...
quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
O Legislador
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
Eu não lhe admito, senhor deputado!
- Então o que é que o senhor deputado disse, senhor deputado?
- Eu disse aquilo, senhor deputado.
- Aquilo, senhor deputado? E só agora é que o senhor deputado diz isso, senhor deputado?
- Eu não admito que o senhor deputado diga que eu disse isso, senhor deputado!