quarta-feira, 30 de julho de 2025
A superioridade moral 2
terça-feira, 29 de julho de 2025
A superioridade moral
Admiro particularmente a "superioridade moral" dos que criticam a "superioridade moral" dos outros.
terça-feira, 20 de maio de 2025
O que precisa de saber
sexta-feira, 9 de maio de 2025
O Público pergunta
domingo, 20 de abril de 2025
Os portugueses divididos
De acordo com as sondagens, "serviço militar obrigatório e privatização da TAP são os temas que mais dividem os portugueses". As sondagens têm, como sempre, razão. Basta andar na rua, nos transportes, ir ao café, ao mercado, à missa ou à bola, e realmente não se fala de outra coisa: tropa e TAP.
As aparições
sábado, 5 de abril de 2025
As misses do PS
quarta-feira, 26 de março de 2025
António Rebordão quê?...
Uma vez, há catorze ou quinze anos, eu tive a sorte de almoçar com o escritor António Rebordão Navarro. Eu e mais três amigos e velhos camaradas de ofício, dos jornais, num acidental e feliz reencontro à beira-Douro, lá na Ribeira de Gaia. Falámos sobretudo de banalidades risíveis, como convém à mesa, mas era fatal chegarmos aos livros. Meti conversa, como quem não quer a coisa:
- Sabe que fomos praticamente vizinhos durante alguns anos? O senhor doutor ainda mora lá para a nossa Foz?...
- Ai tem o livro? Mas eu escrevi mais livros, escrevi para aí uns catorze... - cortou Rebordão Navarro, sem disfarçar o sorriso malandro como o arrozinho de feijão e legumes que lhe acompanhava os bolinhos de bacalhau com que se deliciava.
"A Praça de Liège" foi um sucesso tremendo aquando da sua publicação, em 1988. Era o livro da moda (pois se até eu o comprei!) e ganhou o Prémio Literário Círculo de Leitores. Na altura em que me encontrei com o autor, contou-me o próprio, no Círculo de Leitores já não sabiam quem ele era, quem era o escritor António Rebordão Navarro. Alguém do Círculo contactou a irmã do escritor por uma razão qualquer, a senhora falou do irmão e do famigerado prémio e obteve como resposta um lamentável
- Quem? Rebordão quê? Não conheço...
Pois é: a memória! As empresas enxotam quem sabe da poda, despedem os funcionários pelas mãos dos quais passaram os factos e as pessoas, preferem juniores renováveis e analfabetos, verdes como os recibos, fiam-se no Google e na inteligência artificial mas não vão lá. E depois ninguém sabe nada de nada, por manifesta estupidez natural.
Há anos que está a acontecer o mesmo nas redacções dos jornais portugueses e até se contam algumas saborosas anedotas a esse respeito. São de rir tanto, as anedotas, que às tantas até são verdade.
No que me diz respeito, e como penitência pela minha ignorância àquela data quanto à dimensão da obra literária de António Rebordão Navarro, que afinal era qualquer coisinha mais do que catorze títulos, aqui deixo o registo essencial, com sinceros votos de que faça também bom proveito à rapaziada do Círculo de Leitores: poesia - "Longínquas Romãs e Alguns Animais Humildes", 2005; "A Condição Reflexa", 1989; "27 Poemas", 1988; "Aqui e Agora", 1961; teatro - "Sonho, Paixão, Mistério do Infante D. Henrique", 1995; "O Ser Sepulto", 1972; crónica - "Estados Gerais", 1991; ensaio - "Juro Que Sou Suspeito", 2007; conto "Dante Exilado em Ravena", 1989; romance - "As Ruas Presas às Rodas", 2011; "A Cama do Gato", 2010; "Romance com o Teu Nome", 2004; "Todos os Tons da Penumbra", 2000; "Amêndoas, Doces, Venenos", 1998; "A Parábola do Passeio Alegre", 1995; "As Portas do Cerco", 1992; "Mesopotâmia", 1984; "A Praça de Liège", 1988; "O Parque dos Lagartos", 1981; "O Discurso da Desordem", 1972; "Um Infinito Silêncio", 1970; "Romagem a Creta", 1964.
P.S. - António Rebordão Navarro morreu no dia 22 de Abril de 2015. E Portugal adormecido parece que já não sabe quem é que ele foi, quem é que ele é, o que significa. Actualmente, acho isso mal. Para ignorante, bastava eu. Em todo o caso, hoje é Dia do Livro Português.
sábado, 15 de março de 2025
Taxistas compram eléctricos
Foto Hernâni Von Doellinger |
"Um milhão de euros para ajudar taxistas a comprar elétricos", anuncia em título o jornal digital O Minho, a propósito de uma notícia da agência Lusa. Eu acho muito bem, é dinheiro muito bem empregue. E é património que se salva. Porque os eléctricos fazem parte das nossas vidas, da nossa memória colectiva, e era uma peninha perderem-se. Que os comprem, que os recuperem e que os metam a uso, com ou sem carris, que é sempre outra largueza para os passageiros.
domingo, 16 de fevereiro de 2025
No tempo em que os animais falavam
![]() |
Foto Gaspar de Jesus |
Houve um tempo em que os presidentes dos maiores clubes de futebol falavam com os jornalistas e até convidavam os directores dos jornais para jantar. Todos eram tratados por igual e quem tivesse unhas que tocasse viola. Mas isso foi muito, muito antigamente, no tempo em que os animais falavam e não havia telemóveis. Depois, conta-se que os presidentes dos maiores clubes resolveram dividir os jornalistas em dois grandes grupos: os que levavam recados e os que levavam pancada - e deixaram de falar aos restantes. Mais tarde, os presidentes dos maiores clubes criaram as suas próprias televisões e passaram a ser "entrevistados" pelos seus próprios assalariados. E agora, quando se dignam descer até ao ecrã das televisões ditas generalistas, exigem tratamento de primeiro-ministro. São outros tempos! E entretanto já não sobramos todos daquela mesa...
P.S. - Publicado originalmente no dia 30 de Maio de 2014.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Vademetro!
Disseram-lhe - Vá de metro, Satanás! E o Diabo foi. Saiu na estação do Bolhão e apanhou o 401 para São Roque.
P.S. - O Diabo, semanário português, foi lançado no dia 10 de Fevereiro de 1976.
O advogado do Diabo
Acusavam-no de ser amiúde advogado do Diabo. Ele defendia-se alegando que tinha porta aberta, que por princípio nunca recusava um clientes, por mais Mafarrico que fosse, e que não queria problemas com a Ordem. Mas negava o pacto.
P.S. - O Diabo, semanário português, foi lançado no dia 10 de Fevereiro de 1976.
sábado, 8 de fevereiro de 2025
Jornais, eram bons mas acabou-se?
A mulher de Matheus Reis
Eu parece-me muito importante que o jornal desportivo O Jogo nos vá informando a respeito dos "ataques" e de todas as outras posições sobre o mundo moderno da mulher de Matheus Reis. O futebol é mesmo assim, as notícias são o que são. E o João Pinheiro, entretanto, que se ponha a pau...
segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Entre o dantesco e o dá-me lume
terça-feira, 3 de dezembro de 2024
O novo Sidónio Pais
Isto foi há doze anos, muito antes da pandemia e do estado a que chegámos. Confesso que, à época, eu ainda lia e ouvia Pacheco Pereira com um certo preconceito - estupidez minha - e até brinquei com o assunto. Repito: estupidez minha. No circo da análise jornalística, quero dizer, no mundo da opinião tutti frutti esparramada nos jornais, Pacheco Pereira é, na verdade, um oásis de lucidez e ponderação, um poço de sabedoria. Um abençoado destoante.
sábado, 5 de outubro de 2024
Viva a República! Viva Portugal!
Por outro lado: a Wikipédia faz notar que neste dia 5 de Outubro, em 1910, "Em uma revolução em Portugal, a monarquia é derrubada e uma república é declarada."
Portanto: viva também o escusado e falhado acordo ortográfico! E viva a nossa língua brasileira!
segunda-feira, 22 de julho de 2024
sexta-feira, 3 de maio de 2024
Liberdade de imprensa, dizem
P.S. - Hoje é Dia Mundial ou Dia Internacional da Liberdade de Imprensa.
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024
Uma questão de potência
Mr. Bean estampou-se contra uma árvore. A cena tem piada, mas não é para rir. O comediante britânico Rowan Atkinson teve mesmo um acidente, em Agosto de 2011, e quase desfez o carro, que por acaso não era o Mini 1976 amarelo com volante removível e aloquete (cadeado, se lido em Lisboa) da famosa série de televisão, mas um McLaren F1 que, segundo leio, é caro que eu sei lá e dá mais de 380 à hora. Tento imaginar que 380 à hora deve ser muito à hora, à hora demais, mas não consigo, não faço ideia. A reparação do automóvel - se é que se pode chamar automóvel a este avião de calças curtas - custou à companhia de seguros mais de um milhão de euros. E eu também não sei quanto é um milhão de euros. Não faço ideia, por mais que tente imaginar.
A história tem muito que se lhe diga e realmente já tem barbas, mas a problemática que lhe subjaz está outra vez na ordem do dia, como adiante se verá.
A inveja é uma cena que não me assiste. Mr. Bean que tenha o carro que quiser e os jogadores de futebol também. Ganham bom e merecido dinheiro, melhor para eles. Que o gastem como quiserem e que gastem muito, que é óptimo para nós todos, até para as oficinas, seguradoras e outros intermediários - que eles espetam-se como tordos. Do fundo do coração, o que lhes estimo é o que lhes desejo. E que, com a graça de Deus, seja sempre só chapa. Mas, tenho de confessar, não percebo a queda desta gente para carros de mil à hora só para ir de casa ao café e do café para casa. Sabem o que se diz, aparentemente comprovado por estudos científicos: grande bomba, pila pequena? Pois se calhar. Não estudei para isso nem fui estudado, não faço a mínima. E mais até estou à vontade para falar sobre o assunto: não tenho carro e nem sequer sei conduzir...
P.S. - O primeiro jornal humorístico português foi lançado, em Lisboa, no dia 9 de Fevereiro de 1856. Chamava-se "Asmodeu" e há quem diga que afinal foi o segundo jornal humorístico português, a seguir ao "Suplemento Burlesco de O Patriota".