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domingo, 2 de fevereiro de 2025

A emigração como nunca se viu

Foto Município de Fafe

A Estação Memória, em Fafe, inaugurou exposição. "Odisseia Migratória", do pintor Orlando Pompeu, 12 aguarelas que, esclarece o Município, "homenageiam os nossos emigrantes". De acordo com Orlando Pompeu, a mostra "dignifica, reconhece e valoriza as sucessivas gerações que saíram de Portugal em busca de uma vida melhor". Os 12 quadros estarão patentes ao público até ao final do mês de Agosto. E que não pense o incauto leitor, logo à primeira, que meio ano é muito para uma dúzia de pinturas. Não. A coisa, parece-me, demanda estudo aturado, paciente e vagarento, epifânico, e se calhar o tempo nem vai chegar. Eu pelo menos, palavra de honra, nunca tinha visto a emigração assim...

P.S. - Publicado originalmente no meu blogue Fafismos.

sábado, 29 de novembro de 2014

"Terra", a estreia de Daniel Bastos na poesia


Daniel Bastos apresenta na próxima sexta-feira, dia 5 de Dezembro, o seu mais recente livro, "Terra", uma primeira incursão no campo da poesia. A obra, em edição bilingue (português e francês) e com tradução de Paulo Teixeira, conta com ilustrações originais de Orlando Pompeu. Sessão a partir das 21h30, no auditório da Biblioteca Municipal de Fafe. Mais informação, aqui.

sábado, 29 de outubro de 2011

Intelectualismo bacoco

Conheci Orlando Pompeu, ali para os lados do Café Império, por altura dos meus 17 ou 18 anos, e nem me passava pela cabeça que ele viria a ser pintor. Pela dele também não. Não sei se pode ser, mas tenho ideia de que o meu primeiro contacto com a sua pintura foi também num café, o H7, e confesso que fiquei impressionado (ou será que devo dizer hiper-realizado?). A inteligenzzia local considera-o hoje em dia "o mais conceituado e famoso artista plástico fafense" ou, versão sintética, "o artista mais consagrado do concelho", consoante a fonte. Não sei se é. Para além de ter muitos cafés, Fafe é terra de outros exageros. Não duvido, porém, que Pompeu seja um dos principais embaixadores da cultura fafense, se tal existe, em Portugal e por esse mundo fora.
Lembro-me dos retratos do Orlando Pompeu. Aquilo é que era força. Não sei se foi por aí que ele começou, mas eu gostava muito, quer-se dizer: daquele gostar leigo, descomprometido. No mundo dos entendidos, todavia, desagradava a uns quantos a dose de realismo que esses trabalhos carregavam, mas eu quero é que os "entendidos" vão à merda. O artista, como bom artista que se preze, passou depois para a fase não sei quê, e eu perdi-me da pintura dele. Até anteontem.
Anteontem, o blogue Olhares, do Núcleo de Artes e Letras de Fafe, deu-me notícia da exposição do Orlando Pompeu em Albufeira. Inaugurou ontem e vai até ao próximo dia 25 de Novembro. A exposição chama-se Manifestos Conceptuais e eu desatei a rir. Suspeitei de imediato que Pompeu continua na famosa fase não sei quê e fui à procura dos títulos de anteriores mostras. Gastei meia dúzia de minutos e dei-me por satisfeito com esta colheita: Uni-Versos Conceptuais, Pré-Textos Conceptuais, Pré-Textos Gestuais, Con-Textos Conceptuais. Realmente, o artista faz render a fase não sei quê.
Estes títulos estão cheios de... nada. Não dizem nada. Não querem dizer nada. Que treta, Pompeu, que treta! Parecem títulos inventados de propósito para gozarem comigo, que não sei de pintura, que não sei de quase tudo, mas sei de títulos e gosto de me rir. Estes títulos são um desajeitado exercício de intelectualismo bacoco, são trocadilhismo no vácuo. Vejam bem: é como se eu titulasse os sarrabiscos deste texto como "Uni-Pré-Verso(Manifesto) Gestual/Conceptual-Semântico Metafísico/Invectivo, Astronómico ou Vice-Versa". Mas não liguem ao que eu digo. Vão lá, à exposição algarvia. É na Galeria Municipal de Albufeira, aberta de segunda a sábado, das 10h30 às 16h30. Vão lá! De certeza que a pintura exposta não tem culpa dos nomes que lhe chamam.

A Última Ceia, As Meninas, Doze Girassóis Numa Jarra, Guernica, Les Demoiselles d'Avignon, Mona Lisa, O Beijo, O Casal Arnolfini, O Grito, Rosa e Azul. Quem terão sido os palermas que pintaram quadros com nomes assim tão foleiros?