quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
A maldição dos Limas
O padre Adão da Silva Lima, pároco de Deão e Subportela, em Viana do Castelo, é "acusado de sacar fortunas a fiéis idosos".
O JN conta hoje que paroquianos, alguns sem herdeiros directos,
emprestaram ao sacerdote, sem juros e sem datas, montantes nunca
inferiores a 50 mil euros. Em troca recebiam um "Diploma de Benemérito" e, digo eu, certamente um lugar no Céu.
Se chegámos ao genuíno conto do vigário ou não, o tribunal o decidirá, uma vez
que pelo menos três famílias já entraram com pedidos de anulação dos
alegados empréstimos.
Mas o que torna a notícia verdadeiramente curiosa é que o padre Adão da Silva Lima é... irmão do padre Alípio da Silva Lima, o sacerdote que se envolveu com prostitutas e foi vítima de extorsão. Até parece que de repente alguma maldição se abateu sobre esta família de Vila de Punhe, expondo-lhe as vergonhas nas primeiras páginas dos jornais. E se é mesmo maldição, rezo para que alguém faça alguma coisa, promessa ou exorcismo, e a escandaleira pare já por aqui! Porque, tanto quanto me lembro, ainda há mais dois irmãos... e padres.
É claro que também pode ser só azar. O azar de os Limas terem sido apanhados exactamente na altura em que o JN, assustado com a queda nas vendas, saiu finalmente do armário e se assumiu como Correio da Manhã azul.
Mas o que torna a notícia verdadeiramente curiosa é que o padre Adão da Silva Lima é... irmão do padre Alípio da Silva Lima, o sacerdote que se envolveu com prostitutas e foi vítima de extorsão. Até parece que de repente alguma maldição se abateu sobre esta família de Vila de Punhe, expondo-lhe as vergonhas nas primeiras páginas dos jornais. E se é mesmo maldição, rezo para que alguém faça alguma coisa, promessa ou exorcismo, e a escandaleira pare já por aqui! Porque, tanto quanto me lembro, ainda há mais dois irmãos... e padres.
É claro que também pode ser só azar. O azar de os Limas terem sido apanhados exactamente na altura em que o JN, assustado com a queda nas vendas, saiu finalmente do armário e se assumiu como Correio da Manhã azul.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
O padre voltou e o povo aplaudiu
O padre extorquido por duas prostitutas foi ontem aplaudido, no seu regresso à paróquia de Vila Nova de Anha, após um mês de afastamento imposto pelo bispo de Viana do Castelo. No final da missa de domingo, Alípio Lima dirigiu-se aos fiéis que enchiam por completo a igreja: "Agradeço todas as manifestações de apoio dos meus amigos e peço desculpa pelo incómodo causado pelos meios de comunicação social, pela exposição a que nos submeteram", disse o sacerdote, segundo o JN, e foi ovacionado de pé.
Já aqui o registei, a comunicação social não se portou bem neste caso. Nunca se porta bem nestes casos. Mas o padre também não se portou bem, pois não? E aproveitou ontem para pedir desculpa aos seus paroquianos pela merda que fez e pelos "incómodos" em que os meteu? A versão digital da notícia não o refere. Mas esse é que era o pedido de desculpas a fazer. O outro, o da chatice dos "meios de comunicação social", na boca do padre que ia às putas e foi comido, é só para desviar atenções e continuar a enganar o povo. Que, pelos vistos, gosta.
Já aqui o registei, a comunicação social não se portou bem neste caso. Nunca se porta bem nestes casos. Mas o padre também não se portou bem, pois não? E aproveitou ontem para pedir desculpa aos seus paroquianos pela merda que fez e pelos "incómodos" em que os meteu? A versão digital da notícia não o refere. Mas esse é que era o pedido de desculpas a fazer. O outro, o da chatice dos "meios de comunicação social", na boca do padre que ia às putas e foi comido, é só para desviar atenções e continuar a enganar o povo. Que, pelos vistos, gosta.
Pobrete mas alegrete
Nunca percebi se desprezo o dinheiro porque sou pobre ou se sou pobre porque desprezo o dinheiro. Mas isto deve andar tudo ligado.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
É preciso ter lata 4
Alberto João, o gastador-mor da Madeira, diz que Portugal (suponho que se referia à "República") se calhar necessita de pedir mais ajuda financeira e precisa de medidas que coloquem a economia a crescer. Fala quem sabe. Quem sabe que aos domingos, enquanto não começa a bola, a rapaziada dos jornais mete tudo o que mexe. Nem que seja minhoca.
De cu à mostra, mas optimista
Eu era um pessimista da pior espécie. Não me lembro se de nascença ou se me fiz assim por necessidade. Depois a minha vida ficou tão fodida que só pode melhorar. E quando dei fé eu já era um optimista que até meto nojo. Actualmente vejo sempre o melhor das coisas, por piores que elas sejam. Por exemplo: no outro dia tive que ser submetido a uma colonoscopia total (o adjectivo "total" é sugestivo, não é?) e guardo daqueles momentos de franco convívio a mais grata das recordações.
Noutros tempos, meter a cabeça numa touca de plástico, vestir uma bata de tacha arreganhada atrás e ficar de cu ao léu e meias seria o suficiente para me desmoralizar. Sobretudo por causa das meias. Ainda por cima em público e sendo o objectivo da coisa entrarem-me por onde não devem. Mas agora não, até apreciei. A equipa que tratou de mim era completamente feminina, só mulheres, se me permitem a redundância e se me estão a perceber. Que mais é que eu queria, já que estava ali em pelote? Eram três à minha volta, nunca me tinha visto noutra. Deitaram-me e aqueceram-me os tomates, puseram-me a jeito, enfiaram-me a anestesia, pediram-me para chegar o rabo um pouco mais para trás, cheguei, comecei a sentir um formigueiro bom mas têmporas e apaguei-me nas mãos delas. Vim a mim passado não sei quanto tempo. Também não sei o que me fizeram entretanto, e podia pensar o pior. Mas não. Agora que sou optimista, gosto de imaginar que aquilo de que não me lembro foi... muito bom para os quatro.
Noutros tempos, meter a cabeça numa touca de plástico, vestir uma bata de tacha arreganhada atrás e ficar de cu ao léu e meias seria o suficiente para me desmoralizar. Sobretudo por causa das meias. Ainda por cima em público e sendo o objectivo da coisa entrarem-me por onde não devem. Mas agora não, até apreciei. A equipa que tratou de mim era completamente feminina, só mulheres, se me permitem a redundância e se me estão a perceber. Que mais é que eu queria, já que estava ali em pelote? Eram três à minha volta, nunca me tinha visto noutra. Deitaram-me e aqueceram-me os tomates, puseram-me a jeito, enfiaram-me a anestesia, pediram-me para chegar o rabo um pouco mais para trás, cheguei, comecei a sentir um formigueiro bom mas têmporas e apaguei-me nas mãos delas. Vim a mim passado não sei quanto tempo. Também não sei o que me fizeram entretanto, e podia pensar o pior. Mas não. Agora que sou optimista, gosto de imaginar que aquilo de que não me lembro foi... muito bom para os quatro.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Desde que não traga reforma....
Ao fim de 23 dias de trabalho, Maria
Manuel Teixeira da Cruz, irmã da ministra da Justiça, deixou, a seu pedido, o cargo de
subdirectora-geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento
Urbano, no Ministério da Agricultura e Etc. de Assunção Cristas. Se, como diz a Rádio Renascença, o pedido de demissão foi provocado pela onda de críticas que se seguiu à sua nomeação, a mana de Paula Teixeira da Cruz mostra que não pensou bem no assunto antes de aceitar o emprego no Governo. A este nível, a coisa não passa tão despercebida como se fosse (e foi) na Câmara de Lisboa! A escandaleira era previsível e desnecessária. Estava à espera de quê?
Ao fim de 23 dias de trabalho e polémica, Maria Manuel Teixeira da Cruz emendou a mão. E fez bem, apesar de tudo. Só falta ver se não saiu já com direito a reforma.
Ao fim de 23 dias de trabalho e polémica, Maria Manuel Teixeira da Cruz emendou a mão. E fez bem, apesar de tudo. Só falta ver se não saiu já com direito a reforma.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Vá para dentro, homem!
O Presidente da República, Cavaco Silva, disse hoje que está "um pouco surpreendido" com os números do desemprego. Porra! Mas porque é que o homem fala? Ele não acerta uma! Estão agora a perceber porque é que já quase não o deixam sair de casa?
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Carnaval é quando o Relvas quiser
O primeiro-ministro Miguel Relvas foi ontem à TVI24 ralhar aos meninos das autarquias que se portaram mal neste Carnaval. De castigo, avisou já, no Carnaval de 2013 também não haverá tolerância de ponto. O Relvas diz sempre assim umas coisas importantes. O País não leva a sério mas entretém-se.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Pessoas estranhas
E há outro aviso, aquele pendurado nas vedações dos estaleiros de obras. Um aviso cheio de segurança, com capacete e botas de biqueira de aço, nem percebo como é que os trabalhadores morrem como tordos. E diz assim: "Proibida a entrada a pessoas estranhas". Na verdade costuma dizer "Proíbida", com acento no primeiro i, mas a pentelhice gramatical não é para aqui chamada. A questão é: pessoas estranhas!? Homens com três braços e apenas um testículo, será? Mulheres com duas cabeças e sentença nenhuma? Ví-tor Gas-par? O José Castelo-Branco? Extraterrestres manetas em trânsito para Las Vegas? Cavaco Silva? Um escuteiro adulto? Álvaro Santos Pereira? Sportinguistas? Eduardo Catroga? Lá está: pessoas estranhas... Dá-me para pensar cada uma!
João Malheiro interrompe reunião da troika
A reunião entre os representantes da troika e a comissão parlamentar de acompanhamento das medidas da mesma, que decorreu ontem na Assembleia da República, foi inesperadamente interrompida por João Malheiro, antigo porta-voz do Benfica, que entrou na sala, de telemóvel em punho, com uma chamada de Eusébio, que está melhorzinho graças a Deus, para o representante do Fundo Monetário Internacional. Alguns deputados acharam a cena de mau gosto e assobiaram... para o lado. No final, porém, ninguém quis comentar o assunto, apesar das insistentes perguntas dos jornalistas, que andam de coração nas mãos por causa do estado de saúde do "King". A único informação transmitida foi de que a troika considera que a execução do Programa de Assistência Financeira a Portugal "vai no bom caminho". Quer-se dizer: estamos bem fodidos.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
O valor da palavra 2
O jornalista Ricardo Alexandre, ex-director de Informação da RDP, prestou hoje declarações ao Parlamento sobre o "caso Pedro Rosa Mendes". Sem novidades. O que é que se podia esperar de um homem sério?
O valor da palavra
"Catástrofe na Madeira hoje seria bem pior", titula o semanário Expresso, assinalando o segundo aniversário do temporal que, no dia 20 de Fevereiro de 2010, provocou 43 mortos, seis desaparecidos e 1.200 desalojados na ilha de Alberto João. Pois. Se fosse hoje, teria sido... uma catástrofe.
No acto
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Luís Filipe Barros vai voltar
Na verdade, já há mais de um ano que o icónico radialista tentava sair da RDP, aproveitando um primeiro programa de rescisões amigáveis levado a cabo pela empresa, mas não o deixavam vir embora. Não foi da primeira vez, foi da segunda, no final de 2011. "Sei lá se amanhã ainda há dinheiro para pagar indemnizações! Outros ficam sempre à espera do pior, mas eu não estava para desperdiçar 30 anos de trabalho. Além disso, tenho outros projectos, que não passam nem pela RDP nem pela RTP", explica Luís Filipe Barros ao Tarrenego!, sem sequer tentar dourar a pílula.
O homem do "Rock em Stock" faz notar, no entanto, que não tem razões de queixa da rádio pública. Pelo contrário: "Sempre fui bem tratado e sempre fiz o que quis". Mas já não está "interessado em trabalhar para outros", e por isso é que disse não a "uma série de rádios" que apareceram agora a chamar por ele.
Mas Luís Filipe Barros disse não também porque tem em mãos o seu próprio projecto de rádio, "uma coisa" com a qual já colabora, "em termos musicais, para aí há um ano". Levantando um pouco a ponta do véu, o que se pode dizer para já, enquanto decorrem "conversações", é que se trata de "um projecto novo, interessante, em Lisboa, mas que vai até Santarém".
De momento, Luís Filipe Barros dedica-se a cem por cento à recuperação de um familiar muito chegado e muito querido recentemente acometido por grave problema de saúde. Mas um destes dias voltará aos microfones e teremos então uma rádio com a sua marca, de uma ponta à outra. Vai ser bonito de se ouvir.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Já começou 3
Mão ante mão, Portugal caminha para ser um país de pistoleiros. Em apenas um ano, os portugueses passaram a ter mais 19 mil armas registadas, que no total já são quase milhão e meio. Agora imagine-se o que vai aí de revólveres e carabinas sem bilhete de identidade! Também os pedidos de licença de uso e porte de arma dispararam 20 por cento no
último ano e o número de armeiros cresceu 10 por cento. Os especialistas em segurança dizem que esta corrida ao armamento é um sintoma da crise. Pois deve ser. Temos o faroeste à porta. Os políticos há muito que não nos são de confiança e a pobreza galopante com que eles nos castigam está a pôr-nos a desconfiar uns dos outros, cá em baixo, onde devíamos ser unidos mas os bagos de arroz pingam a conta-gotas, quando pingam, e não chegam para todos. Colegas de trabalho tramam-se uns aos outros em nome da sobrevivência, as passadeiras nas estradas são cada vez menos local de tréguas e até os irmãos já foram mais fraternos do que são. Se ainda têm coragem para sair à rua, reparem como as pessoas estão cada vez mais agressivas umas com as outras nas filas dos supermercados. E é para pagar! Um destes dias desata tudo aos tiros. E seremos as vítimas do nosso fogo cruzado.
Entre mortos e feridos, safam-se os de lá de cima. Como sempre.
Entre mortos e feridos, safam-se os de lá de cima. Como sempre.
Tragédia portuguesa
Ontem. As televisões das alegadas notícias (RTP Informação, SIC Notícias e TVI24) transmitiam em directo o espectáculo do funeral da cantora americana Whitney Houston, com pertinentes comentários e tradução simultânea. Em rodapé corria a pequena nota de "última hora": o realizador português João Salaviza ganhou o Urso de Ouro para curtas-metragens no Festival de Berlim, com o filme "Rafa". É! Tal como Cavaco Silva, Passos Coelho, Paulo Portas, Miguel Relvas, Jürgen Kröger, Hossein Samiei, Joseph Stiglitz e até o bispo de Leiria disseram, "Portugal não é a Grécia". E o líder da UGT, João Proença, já prometeu que é também isso que vai dizer amanhã aos fiscais da troika. É a nossa sorte. Nós não somos como os Gregos. Em Portugal temos a noção exacta das prioridades, não nos distraímos com futilidades nacionais. Queremos é mortes cor-de-rosa. Somos de caixão à cova.
Etiquetas:
Berlim,
Cavaco Silva,
Economia,
Grécia,
João Proença,
João Salaviza,
Miguel Relvas,
Passos Coelho,
Paulo Portas,
política,
Portugal,
troika,
UGT,
Urso de Ouro,
Whitney Houston
sábado, 18 de fevereiro de 2012
As saias do cardeal
Manuel Monteiro de Castro, português, 73 anos, é um dos 22 novos cardeais aos quais Bento XVI, alemão, 84 anos, entregará hoje os anéis e os barretes da ordem. Os "novos" cardeais são sempre velhos, grandes barretes! Depois, uns levam a velhice a sério - "velhos e tolos", como me ensinou a minha mãe -, e outros, muito raros, graças a Deus nem por isso. O nosso novo velho cardeal é de uma seriedade a toda a prova.
Demonstrou-o ainda ontem, em duas-entrevistas-duas, ao Correio da Manhã e ao Jornal de Notícias. Basicamente (e nunca o termo terá sido empregue com tanta propriedade), Monteiro de Castro defende que o Governo deveria apoiar mais as famílias, para que a mulher pudesse ficar em casa e "aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, a educação dos filhos".
"O trabalho da mulher a tempo completo, creio que não é útil ao país. Trabalhar em casa sim, mas que tenham de trabalhar de manhã até à noite, creio que para um país é negativo", diz o novo velho cardeal. Que desenvolve, para que não restem dúvidas: "A mulher perdeu muito do valor que tinha. Tem muito valor num sentido mas noutro… Um país depende muito, muito das mães, pois é ela que forma os filhos. Não há melhor educadora que a mãe. Mas se a mãe tem de trabalhar pela manhã e pela noite e depois chega a casa e o marido quer falar com ela e não tem com quem falar…"
Sempre achei um piadão ao que os clérigos da Igreja Católica pensam que sabem acerca de casamento, de mulheres e de filhos, logo eles que alegadamente não praticam. Tenho alguns amigos padres e até já me ofereci para ser eu, em vez deles, a dar conselhos aos noivos nas cerimónias matrimoniais. Afinal, estou casado há 31 anos sem tirar fora, eu é que percebo da poda!
A Manuel Monteiro de Castro relevo-lhe, no entanto, o deslize. Se calhar, foi assim: na melhor das intenções, o nosso novo velho cardeal aparafusou o anel, vestiu-se da cabeça aos pés de vermelho escarlate e rendas brancas, remirou-se ao espelho e, perante o que viu, ajuizou-se competente para palpitar sobre assunto de saias. Pura ilusão. Mas que barrete!
Demonstrou-o ainda ontem, em duas-entrevistas-duas, ao Correio da Manhã e ao Jornal de Notícias. Basicamente (e nunca o termo terá sido empregue com tanta propriedade), Monteiro de Castro defende que o Governo deveria apoiar mais as famílias, para que a mulher pudesse ficar em casa e "aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, a educação dos filhos".
"O trabalho da mulher a tempo completo, creio que não é útil ao país. Trabalhar em casa sim, mas que tenham de trabalhar de manhã até à noite, creio que para um país é negativo", diz o novo velho cardeal. Que desenvolve, para que não restem dúvidas: "A mulher perdeu muito do valor que tinha. Tem muito valor num sentido mas noutro… Um país depende muito, muito das mães, pois é ela que forma os filhos. Não há melhor educadora que a mãe. Mas se a mãe tem de trabalhar pela manhã e pela noite e depois chega a casa e o marido quer falar com ela e não tem com quem falar…"
Sempre achei um piadão ao que os clérigos da Igreja Católica pensam que sabem acerca de casamento, de mulheres e de filhos, logo eles que alegadamente não praticam. Tenho alguns amigos padres e até já me ofereci para ser eu, em vez deles, a dar conselhos aos noivos nas cerimónias matrimoniais. Afinal, estou casado há 31 anos sem tirar fora, eu é que percebo da poda!
A Manuel Monteiro de Castro relevo-lhe, no entanto, o deslize. Se calhar, foi assim: na melhor das intenções, o nosso novo velho cardeal aparafusou o anel, vestiu-se da cabeça aos pés de vermelho escarlate e rendas brancas, remirou-se ao espelho e, perante o que viu, ajuizou-se competente para palpitar sobre assunto de saias. Pura ilusão. Mas que barrete!
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Descubra as diferenças
O chefe de Estado alemão, Christian Wulff, vai demitir-se. O Presidente da República Portuguesa, Cavaco Silva, não. O nosso vai apenas esconder-se.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Matosinhos não dá tolerância de ponto. Ou dá?
"Argumento" fraquinho, não é? Tão fraquinho que a Junta de Freguesia de... Matosinhos, presidida por António Parada, do PS, estará de portas fechadas na próxima terça-feira, dia 21 de Fevereiro, também conhecido noutras localidades do País, com bizarras tradições, como Dia de Carnaval.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Dia das Mentiras
Imposição da troika: o Governo acabou com o Dia dos Namorados, para cortar nas despesas piegas, mas teve medo de enfrentar a ira popular e disfarçou a medida transformando o dia 14 de Fevereiro em Dia das Mentiras. E assim o povo mantém-se na mesma entretido. Para 1 de Abril, o Relvas há-de inventar em cima da hora outra aldrabice qualquer. Para já, com as petas a coisa está a resultar:
- De acordo com um estudo internacional, mais de metade dos portugueses dizem fazer sexo pelo menos duas vezes por semana, um pouco acima da média mundial.
- E o Sporting diz que despediu Domingos Paciência por ter sabido que o treinador se encontrou com dirigentes do FC Porto.
- De acordo com um estudo internacional, mais de metade dos portugueses dizem fazer sexo pelo menos duas vezes por semana, um pouco acima da média mundial.
- E o Sporting diz que despediu Domingos Paciência por ter sabido que o treinador se encontrou com dirigentes do FC Porto.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Eugénio de Andrade
Há mais de um mês que fizeram de Eugénio de Andrade notícia, por razões que o poeta não merece. E depois Eugénio morreu outra vez. Há mais de um mês! Alguém me sabe dizer o que se passa? Alguém me sabe dizer se se passa alguma coisa? A Câmara do Porto? Os ex-directores da ex-fundação? Alguém?...
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Paciência leonina
Godinho Lopes mantém confiança em Domingos. Grande coisa! O pior são as segundas-feiras.
Coentros e raspanetes
O que interessa é isto, dei utilidade ao meu sábado. Semeei o vaso de coentros e preguei-lhes logo um sermão, porque realmente de pequenino é que se torce o pepino (sim, pepinos também era bom): meus ricos meninos, disse-lhes eu, está um frio que não se pode andar com ela ao léu, mas não quero cá pieguices! O tempo está ruim, está sim senhor, mas é em tempos assim que se vê de que massa é que os coentros são feitos (massa também dava jeito, se for de cotovelos)! Temos que ser exigentes, meus montes de merda (isto é o chamado estrume moral), temos que ser persistentes, suas sementes de trazer por casa (é verdade, apanhei-as no vaso do ano passado)! E dou quinze dias para vos começar a ver a fronha, com geada ou sem geada, o problema é vosso, engonhas sem vergonha! Quinze dias, um atrás do outro, sem sequer tirar fora, disse eu ao vaso e não estava para brincadeiras. Queres feriado, toma!
Vamos lá ver o que acontece. Diz que se deve falar com as plantas e eu falei logo com as sementes. Tenho um vizinho alemão que gostou muito de me ouvir. Só espero não ter sido duro de mais. Os coentros fazem-me falta.
sábado, 11 de fevereiro de 2012
O Jogador
Miguel Relvas, primeiro-ministro de Portugal e ministro dos Assuntos Parlamentares, disse hoje na Trofa que "não perde tempo com o jogo das palavras", depois de ter impedido Passos Coelho de ir à Assembleia da República explicar a balbúrdia que não há nos serviços secretos e em resposta às críticas do PCP quanto à sua - dele, Relvas - "intromissão" nas competências do Parlamento.
Mas perde, perde! Não faz outra coisa. O malabarismo palavrístico é, aliás, a grande (e única?) habilidade conhecida de Miguel Relvas. E é por isso que ele lá está, não é?
Mas perde, perde! Não faz outra coisa. O malabarismo palavrístico é, aliás, a grande (e única?) habilidade conhecida de Miguel Relvas. E é por isso que ele lá está, não é?
Cuidado com as carteiras
O aviso andou por aí pichado pelas paredes, uns tempos depois de Abril e com os mais reles intuitos de ataque pessoal, naquela insensatez própria das pós-revoluções: "Cuidado com as carteiras". E tornou a aparecer agora, mas para inglês ver, no sítio oficial do Manchester City na Internet, e num descarado insulto à cidade do Porto.
Na próxima quinta-feira joga-se no Estádio do Dragão o FC Porto-Manchester City, para a Liga Europa, e o clube inglês resolveu alertar os seus adeptos para os perigos que os esperam se arriscarem viajar até à Invicta: "Estejam vigilantes. Carteiristas operam em zonas turísticas, transportes públicos e nas proximidades do Estádio. Por isso, nunca tirem os olhos dos vossos pertences".
Sabem do que falam estes bifes, professores de carteirismo e de outras manigâncias (e Dickens sem culpa nenhuma). Sabem do que falam estes bifes, inventores do hooliganismo e reintrodutores do racismo no futebol. Sabem do que falam estes bifes, bêbados que até se esquecem de ir ao estádio para ficarem ainda mais bêbados e então, já com dupla visão, poderem enfim dispensar um par de olhos que tome conta a tempo inteiro dos respectivos "pertences". Eles sabem do que falam.
E têm razão. Há carteiristas no Porto. Há sapateiros, poetas, juízes, peixeiras, chulos, alfaiates, taxistas, políticos, sem-abrigo, arquitectos, putas, padres, ardinas, cauteleiros, bicheiros, mortos-vivos, ricos, remediados, metalúrgicos, empresários, desempregados, engraxadores, graxistas, jornalistas, jornaleiros, polícias, pederastas, heróis, santos, cobardes, filhos de puta, cozinheiros, pintores, ingleses, floristas, médicos, cangalheiros, bispos, cavalos, peões, drag queens, fadistas, fatalistas, onzeneiros, azeiteiros, génios, beneméritos, bandidos, moinas, turistas, autocarros, estádios e... carteiristas. No Porto há de tudo, até farmacêuticos. E o Porto é uma cidade tão perigosa como qualquer outra cidade por esse mundo fora, com excepção de Manchester, que está no top das cidades mais perigosas do Reino Unido.
O Porto é um boi manso, valha-me Deus, não faz mal a ninguém! Fossem os do City a Lisboa, passeassem eles pelas imediações dos palácios de São Bento e de Belém, e quando dessem fé já lhes tinham sacado os subsídios de férias e de Natal...
Na próxima quinta-feira joga-se no Estádio do Dragão o FC Porto-Manchester City, para a Liga Europa, e o clube inglês resolveu alertar os seus adeptos para os perigos que os esperam se arriscarem viajar até à Invicta: "Estejam vigilantes. Carteiristas operam em zonas turísticas, transportes públicos e nas proximidades do Estádio. Por isso, nunca tirem os olhos dos vossos pertences".
Sabem do que falam estes bifes, professores de carteirismo e de outras manigâncias (e Dickens sem culpa nenhuma). Sabem do que falam estes bifes, inventores do hooliganismo e reintrodutores do racismo no futebol. Sabem do que falam estes bifes, bêbados que até se esquecem de ir ao estádio para ficarem ainda mais bêbados e então, já com dupla visão, poderem enfim dispensar um par de olhos que tome conta a tempo inteiro dos respectivos "pertences". Eles sabem do que falam.
E têm razão. Há carteiristas no Porto. Há sapateiros, poetas, juízes, peixeiras, chulos, alfaiates, taxistas, políticos, sem-abrigo, arquitectos, putas, padres, ardinas, cauteleiros, bicheiros, mortos-vivos, ricos, remediados, metalúrgicos, empresários, desempregados, engraxadores, graxistas, jornalistas, jornaleiros, polícias, pederastas, heróis, santos, cobardes, filhos de puta, cozinheiros, pintores, ingleses, floristas, médicos, cangalheiros, bispos, cavalos, peões, drag queens, fadistas, fatalistas, onzeneiros, azeiteiros, génios, beneméritos, bandidos, moinas, turistas, autocarros, estádios e... carteiristas. No Porto há de tudo, até farmacêuticos. E o Porto é uma cidade tão perigosa como qualquer outra cidade por esse mundo fora, com excepção de Manchester, que está no top das cidades mais perigosas do Reino Unido.
O Porto é um boi manso, valha-me Deus, não faz mal a ninguém! Fossem os do City a Lisboa, passeassem eles pelas imediações dos palácios de São Bento e de Belém, e quando dessem fé já lhes tinham sacado os subsídios de férias e de Natal...
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
E se fossem normalizar a puta que os pariu?
O bacalhau, tal qual o conhecemos, pode estar em vias de extinção. A vida ou morte do nosso bacalhau, do bacalhau português, do bacalhau do nosso contentamento, está nas mãos da Comissão Europeia, que, empurrada pelo lóbi nórdico, discute por estes dias uma proposta que visa normalizar o processo de cura, introduzindo químicos (fosfatos) para alegadamente evitar a oxidação do produto. Do produto...
A sanha normalizadora da Comissão Europeia chegou à seca. Que seca! Querem roubar-nos o nosso mais fiel amigo. Querem acabar com a indústria portuguesa do bacalhau, que conta com 83 empresas e emprega 1.800 pessoas. Querem obrigar-nos a comer bacalhau à la Noruega, que não serve para fazer alguns dos nossos mais tradicionais e emblemáticos pratos, a começar logo pela punheta.
As colheres de pau não lhes chegavam. Tinham que nos foder também o bacalhau. Com licença de José Saramago, e se fossem normalizar mas é a puta que os pariu?
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Os Alemães não têm emenda
Primeiro foi a chanceler alemã, Angela Merkel, que na terça-feira deu a Madeira como um mau exemplo da aplicação dos fundos estruturais europeus, que serviram para construir "muitos túneis e auto-estradas bonitas", mas não contribuíram "para que haja mais competitividade". Agora é o presidente do Parlamento Europeu, o também alemão Martin Schulz, que critica o facto de Passos Coelho andar a pedir investimentos angolanos, considerando que, assim, "o futuro de Portugal é o declínio".
Ora bem: eu também tenho as minhas reservas acerca da "obra feita" na Madeira, mas sou português, embora continental, e escrevo um blogue que não se leva a sério. E, é verdade, o dinheiro angolano a mim também não me cheira nada bem. Mas isso é um problema meu. Nosso. Neste assunto, como noutros, parto de uma posição muito conservadora, que é basicamente aquela de eu estar à vontade para criticar um tio por ele ser um grande aldrabão, mas não admitir a ninguém de fora da família que me venha dizer que esse mesmo tio é um pequeno mentiroso.
Alberto João Jardim é uma nódoa? É. Pedro Passos Coelho é um desastre? De facto. Mas estas, como muito bem diria o filósofo e treinador de futebol Jorge Jesus, são questões "do forno interno" português. Problemas em que nós próprios nos metemos e que temos de ser nós também a resolver. Quem está de fora, racha canhotos! E os Alemães ainda estão de fora, apesar da sua histórica tendência para meterem o nariz e o resto onde não são chamados.
Merkel e Schulz decerto não concertaram uma ofensiva germânica contra Portugal. Isto foram acasos por acaso coincidentes, não são prolegómenos da invasão. De resto, a invasão propriamente dita era capaz de parecer um exagero, nos tempos que correm. Já não me admirava nada que, antes pelo contrário, os Alemães estivessem apenas a ganhar lanço para nos atirarem carroça fora.
Ora bem: eu também tenho as minhas reservas acerca da "obra feita" na Madeira, mas sou português, embora continental, e escrevo um blogue que não se leva a sério. E, é verdade, o dinheiro angolano a mim também não me cheira nada bem. Mas isso é um problema meu. Nosso. Neste assunto, como noutros, parto de uma posição muito conservadora, que é basicamente aquela de eu estar à vontade para criticar um tio por ele ser um grande aldrabão, mas não admitir a ninguém de fora da família que me venha dizer que esse mesmo tio é um pequeno mentiroso.
Alberto João Jardim é uma nódoa? É. Pedro Passos Coelho é um desastre? De facto. Mas estas, como muito bem diria o filósofo e treinador de futebol Jorge Jesus, são questões "do forno interno" português. Problemas em que nós próprios nos metemos e que temos de ser nós também a resolver. Quem está de fora, racha canhotos! E os Alemães ainda estão de fora, apesar da sua histórica tendência para meterem o nariz e o resto onde não são chamados.
Merkel e Schulz decerto não concertaram uma ofensiva germânica contra Portugal. Isto foram acasos por acaso coincidentes, não são prolegómenos da invasão. De resto, a invasão propriamente dita era capaz de parecer um exagero, nos tempos que correm. Já não me admirava nada que, antes pelo contrário, os Alemães estivessem apenas a ganhar lanço para nos atirarem carroça fora.
Etiquetas:
Alberto João Jardim,
Alemanha,
Angela Merkel,
Economia,
Madeira,
Martin Schulz,
Parlamento Europeu,
Passos Coelho,
política,
União Europeia
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Isto, sim, é carnaval
A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa não tem uma política de
ortografia e, por enquanto, também não tem uma posição em relação ao
Acordo Ortográfico. Há quem seja a favor e quem seja contra, mas a
reitoria diz que o assunto ainda não foi discutido. E, enquanto os sábios não se entendem, o director António Feijó explica que a faculdade "nem impede nem se opõe a que qualquer pessoa, seja docente, não docente ou aluno, escreva com a grafia que
entender".
Ora vamos lá ver se eu percebi. A Faculdade de Letras - de Letras! - não tem política de ortografia nem posição acerca do Acordo Ortográfico. E, portanto, cada um que escreva como lhe apetecer, que está sempre bem. Era isto, não era? São uns brincalhões!...
Ora vamos lá ver se eu percebi. A Faculdade de Letras - de Letras! - não tem política de ortografia nem posição acerca do Acordo Ortográfico. E, portanto, cada um que escreva como lhe apetecer, que está sempre bem. Era isto, não era? São uns brincalhões!...
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Obrigado, Alberto João
O Alberto João vai dar tolerância de ponto aos madeirenses na terça-feira de Carnaval. O Governo Regional justifica a decisão com o "impacto da quadra na economia da Região Autónoma" e a "contribuição que a população dá para o seu alto nível". Para além disso, Jardim morre se não for ao desfile, e assim já ninguém o acusa de faltar ao emprego.
Parece impossível, mas sou capaz de estar de acordo com o folião-mor das ilhas. Inclino-me a admitir que a Madeira faz muito bem em manter o "feriado" de Carnaval. Para além disso, esta decisão contra as ordens de Pedro Passos Coelho é também uma oportuna demonstração do que Jardim costuma fazer com as recomendações e as contas mandadas pela República: corta-as ao meio, enfia-as num prego e transforma-as em papel selado.
Na Câmara de Vila Real já se faz o mesmo. E, por esse País fora, muitas outras autarquias, que não querem publicidade, acabam de aderir a este velho processo de reciclagem salvo do esquecimento pelo poupado Alberto João, como no dia 21 se verá. É mais uma que temos para lhe agradecer.
Parece impossível, mas sou capaz de estar de acordo com o folião-mor das ilhas. Inclino-me a admitir que a Madeira faz muito bem em manter o "feriado" de Carnaval. Para além disso, esta decisão contra as ordens de Pedro Passos Coelho é também uma oportuna demonstração do que Jardim costuma fazer com as recomendações e as contas mandadas pela República: corta-as ao meio, enfia-as num prego e transforma-as em papel selado.
Na Câmara de Vila Real já se faz o mesmo. E, por esse País fora, muitas outras autarquias, que não querem publicidade, acabam de aderir a este velho processo de reciclagem salvo do esquecimento pelo poupado Alberto João, como no dia 21 se verá. É mais uma que temos para lhe agradecer.
Muito homem, ele!
Pedro Passos Coelho quer que os portugueses sejam "mais exigentes", "menos complacentes" e "menos piegas". E eu, correspondendo ao desafio do alegado primeiro-ministro, exijo que ele largue a braguilha ao País. Imediatamente. E ponto final.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
O Professor
Por causa da bola, cheguei tarde à missinha de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI, mas ainda a tempo de o ouvir dizer: "Nunca se percebe o que ele pensa. É assim uma espécie de espuma dos dias. Uma espécie de suflé". A minha mulher explicou-me que Marcelo estava a falar de António José Seguro. E faz todo o sentido. Mas palavra de honra que, por momentos, eu pensei que o Professor estivesse a fazer autocrítica.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
O padre, as putas e as putas das notícias
Sei que o que peço é muito difícil: mas se, por acaso, alguém souber de uma notícia séria - uma notícia, só isso e não mais do que isso - sobre o padre extorquido pelas gajas e, agora, por todos nós, que me avise, por favor. E os dons, as excelências reverendíssimas e suas eminências da Igreja da hipocrisia que se lembrem: ao que para já consta, o homem ia às putas, coisa de homem, e foi comido, coisa de lorpa; não andava, que se saiba, a brincar com pilinhas de meninos. Faz uma diferença muito grande! Uma diferença que os dons, as excelências reverendíssimos e suas eminências da Igreja da hipocrisia podem confirmar se por uma vez dobrarem a espinha, sem ser para se benzerem, e espreitarem para debaixo do tapete.
Um cavaquista pouco anónimo
António Capucho, ex-conselheiro de Estado, cavaquista indesmentido e histórico do PSD, criticou ontem a decisão do Governo de acabar com a tolerância de ponto no Carnaval, especialmente numa altura de austeridade."É uma decisão extremamente contraproducente, negativa, injusta, precipitada e em cima do acontecimento", disse o ex-presidente da Câmara de Cascais, à rádio TSF. "Numa altura em que as pessoas estão relativamente deprimidas por força dos problemas económicos que atravessam e da austeridade que estão a sofrer, acho um disparate completo cortar-lhes a possibilidade de, num dia por ano, darem largas à sua alegria, vir para a rua e comemorar o Carnaval", frisou.
Por acaso, acerca deste assunto, estou como o tolo no meio da ponte. Mas não deixa de ter piada que, uma semana depois da primeira ofensiva dos Cavaquistas Anónimos (como lhes chamou, com o veneno do costume, Marcelo Rebelo de Sousa), Capucho, exactamente Capucho, se agarre a isto para manter a guerrinha em banho-maria.
Por acaso, acerca deste assunto, estou como o tolo no meio da ponte. Mas não deixa de ter piada que, uma semana depois da primeira ofensiva dos Cavaquistas Anónimos (como lhes chamou, com o veneno do costume, Marcelo Rebelo de Sousa), Capucho, exactamente Capucho, se agarre a isto para manter a guerrinha em banho-maria.
Etiquetas:
António Capucho,
Cavaco Silva,
cavaquistas,
Marcelo Rebelo de Sousa,
Palácio de Belém,
Palácio de São Bento,
Passos Coelho
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Nada de pânico! Pode não ser geral.
Há mais dois ex-espiões que trabalham na Ongoing e estão a ser investigados pelo Ministério Público.
Eu não alinho em conclusões precipitadas, nem me deixo levar pelas guerras entre impresas (exactamente, impresas). Até prova em contrário, continuo a dar o benefício da dúvida à Ongoing, que não tem culpa nenhuma de uma série de por-acasos que lhe caíram em cima. Não acredito que os serviços secretos se tenham mudado em peso, e de armas e bagagens, para a operadora de Nuno Vasconcellos, até porque, tanto quanto sei, ainda não foram privatizados. O previsto era só depois da EDP e da REN e antes da TAP.
Para além disso, estas notícias são extremamente injuriosas para o Sr. Silva porteiro e para o Sr. Octávio motorista, pelo menos estes dois, funcionários da Ongoing de folha limpa, sem salários para pertencerem à maçonaria e que do SIS só sabem que dá empate no Totobola. Portanto, nada de pânico! A coisa pode não ser geral. E tento na língua! Não há balbúrdia nenhuma nas secretas, como Pedro Passos Coelho, o porta-voz do Governo de Miguel Relvas, garantiu ontem no Parlamento.
Eu não alinho em conclusões precipitadas, nem me deixo levar pelas guerras entre impresas (exactamente, impresas). Até prova em contrário, continuo a dar o benefício da dúvida à Ongoing, que não tem culpa nenhuma de uma série de por-acasos que lhe caíram em cima. Não acredito que os serviços secretos se tenham mudado em peso, e de armas e bagagens, para a operadora de Nuno Vasconcellos, até porque, tanto quanto sei, ainda não foram privatizados. O previsto era só depois da EDP e da REN e antes da TAP.
Para além disso, estas notícias são extremamente injuriosas para o Sr. Silva porteiro e para o Sr. Octávio motorista, pelo menos estes dois, funcionários da Ongoing de folha limpa, sem salários para pertencerem à maçonaria e que do SIS só sabem que dá empate no Totobola. Portanto, nada de pânico! A coisa pode não ser geral. E tento na língua! Não há balbúrdia nenhuma nas secretas, como Pedro Passos Coelho, o porta-voz do Governo de Miguel Relvas, garantiu ontem no Parlamento.
O Legislador
Acabam o curso de Direito e vão logo à televisão dizer que são juristas. Saltam para o Parlamento e intitulam-se legisladores. Todos juntos, metidos na mesma panela, são O Legislador - como tanto gostam de etiquetar-se. E nós estamos bem servidos...
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
É preciso ter lata 3
Pedro Passos Coelho, a propósito da crise e da austeridade, saiu-se com esta: "Pobres já nós estamos. Há é pessoas que ainda não deram conta disso". Se calhar por pudor, o ajudante de Miguel Relvas no Governo não referiu nomes, mas eu posso adiantar alguns, de que me lembrei assim de repente: Cavaco Silva e os Cavaquistas Anónimos, Ângelo Correia e os Confrades dos Direitos Adquiridos, Eduardo Catroga, Braga de Macedo, Celeste Cardona, Paulo Teixeira Pinto, Rocha Vieira e Ilídio Pinho, Manuel Frexes e Álvaro Castello-Branco, Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República e ricamente reformada desde os 42 anos, ou Maria Teixeira da Cruz, irmã da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, e que foi para directora-geral no Ministério da Agricultura e Etc. de Assunção Cristas. Estas são certamente pessoas que ainda não deram conta de que (nós) já estamos pobres. E era delas que provavelmente Passos Coelho estava a falar.
Etiquetas:
Álvaro Castello-Branco,
Ângelo Correia,
Assunção Cristas,
Assunção Esteves,
Braga de Macedo,
Cavaco Silva,
Eduardo Catroga,
Manuel Frexes,
Miguel Relvas,
Passos Coelho,
Paula Teixeira da Cruz
Força, força, companheiro Vasco!
De facto, Vasco Graça Moura não podia ter entrado de forma mais esplendorosa no Centro Cultural de Belém. Chegou, pegou no Acordo Ortográfico e colocou-o no seu devido sítio: a sanita. Depois puxou o autoclismo. Conta o jornal Público que o novo presidente do CCB fez distribuir ontem à tarde uma circular interna, na qual dá instruções aos serviços para voltarem ao nosso português e para que os conversores informáticos (ferramenta que adapta os textos à língua recentemente inventada e vagamente parecida com a nossa) sejam desinstalados de todos os computadores da instituição.
Juro que já valeu a pena a substituição de António Mega Ferreira, e estou a ser o mais sincero que sei. Venha aí o que vier, o consulado de Vasco Graça Moura à fente do CCB já está definitivamente marcado. Pela coerência, pela coragem, pela sensatez, pela sabedoria. Creio que Graça Moura até já se pode demitir. Ou ser demitido. Porque isto, com o Relvas, não fica assim.
Juro que já valeu a pena a substituição de António Mega Ferreira, e estou a ser o mais sincero que sei. Venha aí o que vier, o consulado de Vasco Graça Moura à fente do CCB já está definitivamente marcado. Pela coerência, pela coragem, pela sensatez, pela sabedoria. Creio que Graça Moura até já se pode demitir. Ou ser demitido. Porque isto, com o Relvas, não fica assim.
Etiquetas:
acordo ortográfico,
António Mega Ferreira,
CCB,
Centro Cultural de Belém,
cultura,
Miguel Relvas,
política,
Vasco Graça Moura
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Já começou 2
Os carteiros são cada vez mais vítimas de ameaças, injúrias e agressões físicas por parte dos clientes, revoltados com a demora na recepção dos vales das reformas, abonos de família e Rendimento Social de Inserção. A denúncia é feita pelos sindicatos do sector, que acusam os CTT de estarem a atrasar de propósito a entrega do correio.
De acordo com Vítor Narciso, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, "o correio está a ser deliberadamente atrasado porque houve decisão dos CTT de fazer uma distribuição segmentada". "A segmentação foi introduzida para diminuir o número de trabalhadores. Foi uma forma que a empresa arranjou de poupar dinheiro à custa dos trabalhadores e da população", acrescenta, por seu turno, Jorge Costa, dirigente da Comissão de Trabalhadores dos CTT, que acusa também a Administração dos Correios de querer eliminar cerca de 4.000 dos 11.500 postos de trabalho.
É mais lenha para a fogueira. E, nestes tempos de fome e revolta, "brincar" com os vales das reformas, dos abonos e do pessoal do rendimento mínimo é uma provocação quase suicidária. Isto vai acabar mal. E vai sobrar para os desgraçados dos carteiros, que não têm culpa nenhuma desta filhadaputice toda.
De acordo com Vítor Narciso, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, "o correio está a ser deliberadamente atrasado porque houve decisão dos CTT de fazer uma distribuição segmentada". "A segmentação foi introduzida para diminuir o número de trabalhadores. Foi uma forma que a empresa arranjou de poupar dinheiro à custa dos trabalhadores e da população", acrescenta, por seu turno, Jorge Costa, dirigente da Comissão de Trabalhadores dos CTT, que acusa também a Administração dos Correios de querer eliminar cerca de 4.000 dos 11.500 postos de trabalho.
É mais lenha para a fogueira. E, nestes tempos de fome e revolta, "brincar" com os vales das reformas, dos abonos e do pessoal do rendimento mínimo é uma provocação quase suicidária. Isto vai acabar mal. E vai sobrar para os desgraçados dos carteiros, que não têm culpa nenhuma desta filhadaputice toda.
Perdoa-me
- Ruben Amorim pediu desculpa ao Benfica, renovou contrato e foi trabalhar para Braga.
- Enzo Perez pediu desculpa ao Benfica e o que quer agora é "ajudar a equipa".
- Yannick Djaló, ex-sportinguista benfiquista desde pequenino, diz que está "nas nuvens" e a viver "um sonho" no Benfica. Oportunamente pedirá desculpa ao Sporting.
- Enzo Perez pediu desculpa ao Benfica e o que quer agora é "ajudar a equipa".
- Yannick Djaló, ex-sportinguista benfiquista desde pequenino, diz que está "nas nuvens" e a viver "um sonho" no Benfica. Oportunamente pedirá desculpa ao Sporting.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Simplesmente João
Se há um consenso nacional é este: de presidente da câmara para cima, os nossos políticos são todos doutores. Doutores ou engenheiros, mas doutor engloba tudo, porque dá muito mais jeito e outro sainete. E como gostam eles de ser doutores, mesmo que não sejam. E como gostam eles que lhes chamem doutores, e nunca se desmancham. E como gostam eles de se tratarem uns aos outros por "ó doutor", naquele mundo que é só deles e de onde não conseguem sair. E, ipso facto, o primeiro nome deles fica a ser Doutor, não há volta a dar.
Mas conheci um que destoava, e apenas um. Uma honrosa excepção, de que hoje me lembrei, nem sei bem porquê. Para que conste, chama-se João Soares, tem 62 anos, é ex-eurodeputado, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ex-candidato à liderança do PS contra José Sócrates, deputado à Assembleia da República e presidente da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Às vezes, por dever de ofício, tive de lidar com a fauna política. E quando contactei João Soares com o, achava eu, indispensável "senhor doutor" na ponta da língua, levei logo para tabaco (se não me engano, o assunto até era mesmo esse, tabaco). "Não me chame doutor, eu não sou doutor", interrompeu-me ele, para princípio de conversa. Fiquei à rasca. - Ó diabo, já fiz merda. O gajo será engenheiro? Professor doutor? Professor doutor arquitecto? - pensei. E disse: - Mas se não lhe chamo doutor, então como é que eu o trato, senhor doutor?
A resposta que então recebi, e que me serviu de emenda daí para a frente, foi exactamente esta: - João. Trate-me por João. É o meu nome.
Mas conheci um que destoava, e apenas um. Uma honrosa excepção, de que hoje me lembrei, nem sei bem porquê. Para que conste, chama-se João Soares, tem 62 anos, é ex-eurodeputado, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ex-candidato à liderança do PS contra José Sócrates, deputado à Assembleia da República e presidente da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Às vezes, por dever de ofício, tive de lidar com a fauna política. E quando contactei João Soares com o, achava eu, indispensável "senhor doutor" na ponta da língua, levei logo para tabaco (se não me engano, o assunto até era mesmo esse, tabaco). "Não me chame doutor, eu não sou doutor", interrompeu-me ele, para princípio de conversa. Fiquei à rasca. - Ó diabo, já fiz merda. O gajo será engenheiro? Professor doutor? Professor doutor arquitecto? - pensei. E disse: - Mas se não lhe chamo doutor, então como é que eu o trato, senhor doutor?
A resposta que então recebi, e que me serviu de emenda daí para a frente, foi exactamente esta: - João. Trate-me por João. É o meu nome.
Subscrever:
Mensagens (Atom)