domingo, 30 de abril de 2023
É preciso tê-los
sábado, 29 de abril de 2023
O associativismo jovem
Dizem-me que hoje é Dia do Associativismo Jovem. E vêm-me à ideia as claques de futebol, as queimas das fitas, os protestos com o olho do cu, os gangues, a tropa, os arrastões, as portas das discotecas, a catequese, os escuteiros, as jotas partidárias. E resolvo: hoje não saio de casa!
sexta-feira, 28 de abril de 2023
Feiras Francas de Fafe, de 13 a 17 de Maio
Foto Hernâni Von Doellinger |
Feiras Francas de Fafe, de 13 a 17 de Maio, com tenda principal montada no Parque da Cidade. Feira Rural, Feira das Coisas, Mercado Bio, vinhos e petiscos, noitadas, fado vadio, festival de folclore, animação de rua, cenas da vida do campo, jogos tradicionais, concurso pecuário, chega de bois, corrida de cavalos, as duas bandas de música da terra, Golães e Revelhe, e bombos, muitos bombos. Para além disso, os cantores Toy, Jorge Guerreiro, Rosinha e Cláudia Pascoal. Programa completo e mais informação, aqui.
Lá vamos cantando e rindo, outra vez?
Foto Expresso de Fafe |
Havia necessidade? Havia mesmo necessidade de acordar fantasmas, de incendiar revivalismos bacocos, de lançar a confusão e alimentar a discórdia, de desensinar, logo agora em tempo de pós/pré-fascismo consoante o ponto de vista? Era assim tão imperioso desenterrar um dos velhos símbolos das bandeiras, estandartes e guiões da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa - a Cruz de Avis? Estamos assim tão saudosos da liturgia do Estado Novo? É preciso ser-se muito ignorante ou então distraído ou então tolo. Ou então tudo. E não me venham falar da farpela de Nuno Álvares Pereira, de semióticas e de ordens religiosas ou militares, que eu já dei para esse peditório, e estou farto de histórias.
Vi esta tristeza há pouco, no Expresso de Fafe. Tanto quanto percebo, o novo velho "monumento" ficou ao léu exactamente no dia 25 de Abril, como um insulto porventura, a propósito da inauguração da Praça Santo Condestável, junto à Igreja Matriz. Mas o que quis com isto a Câmara de Fafe? Reabilitar, isso eu sei. Mas reabilitar o quê? Os antigos campos de milho do Costa do Assento ou a execrável ditadura e respectivo folclore?
Porra!, era mesmo necessário?...
quinta-feira, 27 de abril de 2023
quarta-feira, 26 de abril de 2023
Sainde da frente!...
O Eusébio marca livres de 30 metros, o Artur Jorge chuta em moinho, o Dinis faz fintas à bandeirola de canto, mas eu fui o maior craque da Rua Guerra Junqueiro e está para nascer um sucessor digno desse título.
A Rua Guerra Junqueira continua no mesmo sítio, isto é, em Coimbra, capital da Beira Litoral, e creio que já de nascença tinha o quintal do Luís Marques (12x2,5m) com a parede do prédio à esquerda de quem desce as escadas e um muro infelizmente não muito alto à direita, que era por onde galgávamos para o quintal do Lopes à procura da chincha. Uma tarde, estava o craque nos cinco anos, ouviu-se a frase entre todas decisiva:
"E se o miúdo jogasse à baliza?"
Vi-me subitamente presenteado com um boné e dois lenços de assoar para as joelheiras. A maltózia era mais velha, nove, dez anos, e num relance percebi que o meu futuro desportivo, assaz brilhante nas épocas seguintes, poderia nem sequer começar. Ora como isto de futebóis mais vale um mergulho para o fotógrafo do que dois meses no banco dos suplentes, o craque enfiou o boné bem enfiado na tola, arreganhou o pior dos sorrisos (grr!) e dispôs-se a gravar o nome completo sobre o cimento do quintal. É claro que a minha equipa ganhou: nem seria nunca de outro modo, pois logo à primeira investida do Tó Mané Magalhães esfola gatos mata cães fui-me a ele, encostei delicadamente a biqueira do sapato esquerdo ao tornozelo do artista, fiz força (uma força "do catarino", como então se dizia) e apliquei-lhe o acelerador com algumas ganas e sobeja intenção de brilhar. O Tó Mané desandou para as escadas agarrado ao tornozelo. Perguntaram-lhe se queria que trouxessem a bilha de água.
"Quero, pois", urrou. "Quero a bilha e quero um calhau pra partir os focinhos a esse gajo do cento e dezoito!"
Nessa tarde, afora o incidente relatado supra, correu tudo à medida dos meus mais veementes desejos: cinco defesas em reboleta, três por cima das sardinheiras, enfim um penáltie socado por cima do muro que ainda estou a ver o Luís Marques muito chagado explicando-me assim:
"Vais lá tu que é pr'aprenderes a não armar ao Barrigana, òviste?" Fui, sim senhor, e deliciado. Daí a pouco terminava o prélio: vitória dos Portas Pares, um convite ad aeternum para aparecer sempre que entendesse. Durante mais de sete anos não faltei ao compromisso.
Como depois da jogatana era preciso secar as camisas, Luís Marques e seus muchachos costumavam trespassar-se até ao quintal do Lopes e entreter os derradeiros ócios antes da sopa da noite com um exercício de arremesso. Destarte me tornei o mais artilheiro dos pedróbolos da rua, com um saldo de catorze gatos só na semana de estreia. Quando ouço contar que o Zsivotzky lança o martelo a - setenta metros e tal, batendo com isso os máximos reconhecidos e a reconhecer, debruço-me na janela da Travessa do Patrocínio e,
deitando a bia fora, ponho-me a pensar em quanto é cruel o mundo dos homens. Um recordista mundial que não dá nem uma calhoada num gato - então isto chama-se pontaria?
terça-feira, 25 de abril de 2023
segunda-feira, 24 de abril de 2023
A papelada mandava-se para baixo
Mas nós, a minha mulher e eu, antes que me perca outra vez. Como ia dizendo, ela meteu os papéis, estava tudo certo, e em Janeiro ficou livre. Eu, como muito bem sabe quem me conhece mais ou menos, estou praticamente reformado desde que nasci, e livre sempre. Libertos os dois, podemos enfim realizar todos os sonhos de duas vidas inteiras que são só uma e vai a meio. Organizámos logo a primeira semana do ano, não sei se se lembram, chamando-lhe, muito originalmente, "a primeira semana do resto das nossas vidas". Agendámos viagens a Nova Iorque, a Londres e a Paris. Aos Himalaias e aos Apalaches. E à Conga, na portuense Rua do Bonjardim, para comermos duas ou três bifanas e talvez também uma codorniz. Isto só para a primeira semana. Mas, como igualmente admitíamos, o tempo não chega para tudo, e portanto que se segue? Entramos hoje na décima sétima semana do resto das nossas vidas, fomos um par de vezes à Conga, de metro para lá e de autocarro para cá, e por acaso também tem sido porreiro.
O camião do PS e o Mini de Narciso
Foto Hernâni Von Doellinger |
domingo, 23 de abril de 2023
O Animal do Laboratório
O Silveira trabalhava no ramo da pesquisa e dos testes científicos. Quer-se dizer: era cientista, investigador, passava a vida enfiado na bata branca e em ensaios. Um génio, praticamente. E, rodeado de mulheres às vezes moças, gostava muito de levar a conversa para o picante e de meter a mãozinha onde ela não era chamada. Era conhecido, inter pares, como o Animal do Laboratório, mas essa parte ele não sabia.
P.S. - Hoje é Dia Mundial do Animal de Laboratório. No Brasil.
sábado, 22 de abril de 2023
sexta-feira, 21 de abril de 2023
A mim ninguém me leva!
quinta-feira, 20 de abril de 2023
quarta-feira, 19 de abril de 2023
O diplomata
sexta-feira, 14 de abril de 2023
Quando a costela tem osso
Ó solo mio
O maneirismo
P.S. - Hoje é Dia Mundial da Arte.
Como gente grande
O trabalho infantil é muito bem, um orgulho, principalmente se a criança entrar numa telenovela ou se for modelo de moda ou se for imitador de cantores adultos e der na televisão (esta parte da televisão é importantíssima!), enriquecendo os pais remediados e vaidosos.
Depois há ainda as crianças, estas são do piorio, que, órfãs de tudo e até de tecto, fazem sapatilhas de marca para os pés das entrevistadoras e dos entrevistadores da televisão que entrevistam as crianças que entram nas telenovelas e nas passarelas e nas cantigas e para os babados pais, que no fim pedem recibo de viagem e presença para descontar no IRS.
Parece que a diferença está nisto, segundo percebi uma vez no programa Sociedade Recreativa da RTP e já aqui contei: os miúdos das telenovelas e da moda e do cançonetismo têm "agente". Os moncosos do campo, das fábricas, da rua, não.
quinta-feira, 13 de abril de 2023
quarta-feira, 12 de abril de 2023
Profissão: jovem!
P.S. - Hoje é Dia do Jovem. No Brasil.
O office-boy
P.S. - Hoje é Dia do Office-Boy. No Brasil, evidentemente.
terça-feira, 11 de abril de 2023
sexta-feira, 7 de abril de 2023
O dorsal
O dia deles
quinta-feira, 6 de abril de 2023
Um pé assim e outro assado
Dupla penetração
quarta-feira, 5 de abril de 2023
Levantadores de dorsais
Com a minha mulher aposentada de fresco e eu praticamente, resolvemos enfim dar um pouco mais de atenção à actividade física. Desde o princípio do ano que nos inscrevemos em todas as maratonas, meias-maratonas e outras corridas temáticas ou genéricas aqui da região, às vezes mais do que uma no mesmo dia, consoante a variedade dos horários. Vamos lá, cumprimentamos o pessoal, levantamos os dorsais e voltamos para casa. De carro.
P.S. - Hoje é Dia Mundial da Actividade Física e Dia Internacional do Desporto ao Serviço do Desenvolvimento e da Paz.
terça-feira, 4 de abril de 2023
Fazendo tijolo
O meu amigo brasileiro tinha um humor negro, muito negro. Ele dizia: - Hoje é Dia dos Fabricantes de Materiais de Construção ou, vá lá, Dia dos Fiéis Defuntos...
P.S. - Agora a sério: hoje, no Brasil, é mesmo Dia dos Fabricantes de Materiais de Construção.
Pessoas estranhas e assim
Dá-me para pensar cada uma...
De mãos atrás das costas
Nem ratas nem ratos. Rates, como em Fafe...
Ora bem: hoje é Dia Mundial do Rato ou Dia Internacional da Ratazana Doméstica. Curiosamente, sendo hoje Dia do Rato, é também Dia da NATO, mas convém não confundir. Lembrei-me portanto do Rates, que era uma verdadeira instituição fafense, ali à beira de outras duas não menos notáveis instituições fafenses, o Marinho e o Miranda das famosas pataniscas, memórias infelizmente perdidas, parece que esquecidas de propósito numa praça agora em construção, sem árvores mas com polémica pelo menos da boca para fora. Creio que o sítio vai chamar-se, depois de pronto, Praça da Justiça. Seja feita.
Mas vergonha de quê? Devíamos era ter orgulho do nosso passado tasqueiro e similar. Fafe daquele tempo era muito avançado, não pensem o contrário. Era até muito à frente, tomara Fafe de agora! Reparem que, com mais de cinquenta anos de avanço em relação à guerra de sexos e de géneros que aí vai e à disfunção gramatical entre masculinos e femininos e assim-assim que nos arrelia as meninges, nós já praticávamos a solução redentora e neutral hoje em dia advogada pelas mentes brilhantes do politicamente correcto. Nem ratos nem ratas. Rates é que era! Rates, e tínhamos pelos menos dois: o das ratoeiras propriamente dito e o da bola, que era outro espectáculo!...