O Carnaval
Põe a máscara e vai para a folia,
Na afetação de uns gestos singulares,
Esquecido dos íntimos pesares
Que te atormentam todo santo dia...
Homem doente, perdido nesses mares
Tenebrosos da dúvida sombria,
Vê que há lá fora um frêmito de orgia,
Mesmo através das coisas mais vulgares!
Põe-te a cantar, desabaladamente!
Vai para a rua aos trambolhões, às tontas,
Como se enlouquecesses de repente...
Agarra-te à alegria passageira:
Olha que o que te espera, ao fim de contas,
É o triste Carnaval da vida inteira...
Zito Batista
(Zito Batista nasceu no dia 16 de Setembro de 1887. Morreu em 1926.)
Sem comentários:
Enviar um comentário