quinta-feira, 9 de março de 2017

Paulo Colina

Forja
 
entre uma calmaria
e outra
do mar de nossas peles
me bastaria amor cantar o fogo
que somos na nascente
de suas coxas

mas há essa dor de outros tempos
e corpos
essa rosa dos ventos sem norte
na memória sitiada da noite

embora o gesto possa ser
no mais todo ternura
o poema continua um quilombo
no coração


Paulo Colina

(Paulo Colina nasceu no dia 9 de Março de 1950. Morreu em 1999.)

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