Soneto
enquanto a
lua for calada e branca
eu serei
sempre o mesmo, este esquisito,
este
invisível vulto, apenas visto
quando o
vento, de leve, açoita as folhas.
enquanto a
lua for calada e branca
eu serei
sempre o mesmo, apenas visto
quando um
raio de sol morre na lágrima
que se
despede de uma folha verde.
eu serei
sempre assim, apenas sombra,
apenas
visto quando a voz de um gesto
colhe no
bosque alguma flor azul.
apenas
visto quando em fundo azul
voar a
garça (o meu adeus ao mundo?),
enquanto a
lua for calada e branca.
"Azul Geral", Ernesto Penafort
(Ernesto Penafort nasceu no dia 27 de Março de 1936. Morreu em 1992.)
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