Não beijo, encosto meu rosto no dela, mordisco sua orelha. Por instantes, não sinto mais o cheiro úmido da colcha de tecido brilhante, cor vermelha. O gozo me vem rápido. Mas permaneço ainda dentro de seu corpo. Quando retiro o meu corpo, é para deitar ao lado dela, e meu travesseiro é o seu seio esquerdo. Ela não disse nem um gemido, nem uma palavra. Se houve algum gemido, na hora do gozo, foi meu, não dela. Não sei o que ela sentiu. Permaneceu, permanece silenciosa e não sei para onde olha. Seu coração bate rápido e descompassado. Levanto a cabeça e olho para ela.
"O Mistério da Prostituta Japonesa", Valêncio Xavier
(Valêncio Xavier nasceu no dia 21 de Março de 1933. Morreu em 2008.)
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