Onze anos depois
Onze anos são passados. Nas campinas
verdes da estância há sombras perpassando:
sonhos, visões, lembranças e as divinas
inspirações de outrora, soluçando.
Frondeja o cinamomo, no odorando
calor da primavera. Suaves, finas,
as suas flores ficam arroxeando
aquelas solidões e as nossas sinas.
Entro na casa. O sol fulgura.
Mas, dentro de mim, há frêmitos dolentes
de incertezas, saudades e ternuras.
Surges, por fim. No teu olhar sem cores
releio o meu destino: estão presentes
nossas recordações e nossas dores.
"Lavras do Sul", Silvestre Péricles de Góis Monteiro
(Silvestre Péricles de Góis Monteiro nasceu no dia 30 de Março 1896. Morreu em 1972.)
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