Escola de sapos
Do charco à beira fica o colégio dos sapos.
As aulas são noturnas e o período letivo
é quando o inverno facilita aos alunos sair.
Ah! que alegria quando chove e a escola aquática funciona!
Aos grulhos que são ralhos as mães batráquias vendo a chuva
correm com a saparia infantil para a escola.
O método é à moda e ao tempo do "Estudante alsaciano":
- lições bem decoradas ditas em rasgos de regougos.
Um velho sapo idealista professor de matemática,
que vive amando a Lua entre as ninféias pelo charco,
pergunta em rouca sabatina
a tabuada aos estudantes.
E eles respondem como em coro:
"8 + 8 = 18
8 + 8 = 18"
...enquanto o mestre sonhador,
de olhos perdidos nas estrelas
ruge em meio ao silêncio
alheio à aula e aos seus discípulos:
"stá errado!
stá errado!"
E em torno a saparia adulta vaia os sapinhos madraços.
"Deu rata...
deu rata..."
"Batuque", Bruno de Menezes
(Bruno de Menezes nasceu no dia 21 de Março de 1893. Morreu em 1963.)
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