O último...
Sonetões, sonetinhos ou sonetos,
Não cansei o leitor com versalhada
De légua e meia ou de légua de estrada
Batida de avejões rubros e pretos.
Catorze linhas só, na forma usada;
Deduzidas as duas dos tercetos,
Lidas em quatro fôlegos directos,
Um sorvo, um trago, um ai!, uma pitada...
Cada qual, sendo mau, dura mui pouco.
Se é bom, lembra um sorvete que se peça
Mignon, de creme, de baunilha ou coco.
Dobra-se a dose; mal não faz nem dura!
Sem ser pesado ao estômago e à cabeça,
Não dá lugar a sono na leitura...
Artur de Sales
(Artur de Sales nasceu no dia 7 de Março de 1879. Morreu em 1952.)
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