Tu, só tu... 
A Estrela d’Alva desaparecia
 Quando eu parti naquela madrugada,
 E a doce aurora, tímida e rosada,
 Das nuvens de ouro levantava o dia.
Numa palmeira, que no espaço abria
 O verde leque, para o céu voltada.
 Da áurea garganta uma ave apaixonada
 Cavatinas alegres despedia.
Manhã tão linda: o prado um firmamento
 Glauco e cheiroso, estrelas multicores,
 O chão bordando num deslumbramento!
E eu vendo o campo, eu vendo o céu tranqüilo,
 Pensava em ti, dona das minhas dores;
 Morta: só tu darias vida àquilo.
"Horas Mortas", Guimarães Passos
(Guimarães Passos nasceu no dia 22 de Março de 1867. Morreu em 1909.) 
Sem comentários:
Enviar um comentário