O assunto era carisma, capacidade de empolgamento e mobilização. Dei umas voltinhas de aquecimento sobre coisas quase tão sérias como o futebol - política e religião, por exemplo -, mas acerca de Vítor Pereira, treinador da bola, que era o golo que eu então queria marcar, escrevi o seguinte, no dia 18 de Outubro de 2011:
Por isso é que eu digo que Vítor Pereira não tem futuro no FC Porto. E
peço desculpa por esta descida tão brusca à terra, e ainda por cima ao
futebol nacional, que descer mais era impossível. Vítor Pereira não tem o
carisma de José Mourinho, o carisma de André Villas-Boas ou até o
carisma que Jesualdo Ferreira. Lamentavelmente, também não tem o seu
próprio carisma. E o carisma não se ensina nem se aprende. É um dom
especial, inato, pessoal e intransmissível.
O actual técnico dos dragões é uma personalidade insegura, rígida,
tensa, cinzenta, uma excelente pessoa. Falta-lhe a chama dos líderes,
carece de umbigo. O treinador Vítor Pereira não é natural, não sorri,
não ri, não cativa, não empolga, não leva ninguém com ele. Na hora da
batalha final, vai olhar para trás, para as suas tropas, e estará
sozinho.
Vítor Pereira poderá saber muito de futebol (já me disseram que sim),
poderá ser um profissional sério e esforçado (acredito que é), poderá
até ser campeão (Deus me ouça), mas é um mero entre parênteses no FC
Porto.
Ora bem: enganei-me redondamente e peço desculpa. Quando disse que Vítor Pereira "não leva ninguém com ele", e que, "na hora da batalha", quando "olhar para trás", "estará sozinho", fui néscio e injusto. Vítor Pereira, é vê-lo agora na Grécia: um sucesso! Nunca nenhum treinador de futebol, de Afonso Henriques até Mourinho, arrastou tamanhas multidões atrás de si. Multidões de adeptos das equipas adversárias, que lhe querem aquecer o corpo, é certo, mas multidões. E já por duas vezes, que se saiba e até ver.
Por outro lado, dentro de uma ou duas semanas Vítor Pereira deverá ser recambiado para Portugal (que na Grécia já há gente a mais com fósforos nas mãos), retomará o seu lugar de mais ou menos pacífico comentador televisivo e, para a minha humilhação ser completa, dará às quartas-feiras workshops sobre carisma nas instalações do Inatel.
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