Bonifácio Porreirinho batia na mulher todos os dias. Batia-lhe forte e feio, como se fosse obrigação religiosa, encomenda divina. Até ontem. Foi. Ontem vinha no jornal: "Cem portugueses calçaram saltos altos pelos direitos das mulheres". Bonifácio Porreirinho percebeu imediatamente a mensagem, e a partir de agora nunca mais.
Entretanto, numa praia australiana, quase 800 maduros e maduras completamente em pelota bateram "o recorde do maior mergulho colectivo nu do mundo". Obra de caridade em favor das "pessoas afectadas por distúrbios alimentares e pela imagem corporal". E também, deito-me a adivinhar, por intenção das almas do purgatório.
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