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sexta-feira, 21 de março de 2025

A n.º 10 de Tomás Ribeiro Street

Foto Hernâni Von Doellinger

À porta do meu prédio tenho uma árvore, tenho uma árvore à porta do meu prédio. Nunca poderei esquecer este acontecimento, com licença de Carlos Drummond de Andrade. A minha árvore é a número 10. Não sei por que razão as árvores são agora numeradas e etiquetadas. Nem percebo como é que as florestas antigas conseguiram salvar-se sem serem numeradas e etiquetadas. Sou um simples: acredito que tudo tem o seu propósito e contento-me com as coisas conforme elas se me apresentam. Para além disso, o número 10 parece-me um bom número.

P.S. - Hoje é Dia Mundial da Árvore. E Dia Internacional da Floresta, mas floresta não tenho.

Quando a árvore acontece 2

Foto Hernâni Von Doellinger

Quando a árvore acontece

Foto Hernâni Von Doellinger

sábado, 23 de novembro de 2024

Adopte uma árvore!

Hoje é Dia da Floresta Autóctone. Das nossas árvores. Da árvore de seiva pura portuguesa. Se não tem em casa, vá ao monte e corte uma.

P.S. - Hoje é Dia da Floresta Autóctone.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

A landre e o carvalho

Foto Hernâni Von Doellinger

A landre, é preciso que se note, já serviu para a nossa alimentação. O povo - isto é, o pobo - chamava-lhe também bolota ou glande. E há quem agarre na glande e dela faça carvalho.

Também há quem diga que Fafe tem a maior mancha contínua de carvalhal da Península Ibérica, e até quem, achando pouco, acrescente que é a maior mancha contínua de carvalhal de toda a Europa. O fenómeno será ali por aquela corda de Aboim e Várzea Cova, realmente carvalhal até dar com um pau - muito ainda para arder, como costuma dizer o meu amigo Lopes. 
Na vila antiga também tínhamos o nosso Carvalhal, assim com maiúscula inicial porque era nome de sítio, entre a Fábrica do Papelão e o Picotalho, ladeando o rio Ferro e estendendo-se aos pés do extinto monte de Castelhão até Cavadas, onde agora vicejam campos de futebol, rotundas e supermercados. Chamávamos-lhe Carvalhal porque tinha carvalhas, bem jeitosas para fazer baloiços e outras brincadeiras, chão ervado, sombreado, um mimo para passar tardes de sábados e domingos à roda de um bom merendeiro, famílias, grupos de amigos ou bandos de moços, com todo o respeito pelos campos cultivados ali à beira. Era o verdadeiro parque da cidade, mas ainda não se sabia. Fafe era o paraíso e havia outros Carvalhais.
 
Por outro lado. No domingo foi Dia Mundial da Bolota. E na segunda foi Dia de São Martinho. Não sei se estais a ver a sorte: bolotas aqui e castanhas ali. Estais a ver como seriam os magustos se alguém fizesse confusão? Safámo-nos por pouco...

(Versão revista e aumentada, publicada originalmente no meu blogue Fafismos, a propósito do Dia Mundial da Bolota.)

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Quando elas morriam de pé

"Morta por dentro, mas de pé, de pé, como as árvores", dizia a Senhora Dona Palmira Bastos, batendo altaneira com a bengala no tablado, na beleza insubstituível do preto e branco da televisão antiga. A queridíssima Senhora Dona Palmira Bastos tinha quase noventa anos e ainda não sabia das motosserras, do urbanismo autárquico em Portugal e da Amazónia no Brasil.

P.S. - Palmira Bastos, que se chamava Maria da Conceição Martínez de Sousa Bastos, morreu no dia 10 de Maio de 1967.

sexta-feira, 22 de março de 2024

O dia da árvore (vir abaixo)

Foto Hernâni Von Doellinger

Afinal o dia da árvore é hoje, e não foi ontem, pelo menos para o carro do vizinho que acaba de levar com uma em cima. A prevaricadora é a árvore número 12, apenas duas adiante da minha, e finalmente começo a perceber porque é que elas agora são numeradas e etiquetadas. Assunção de responsabilidade civil. Já cá estão a polícia, os bombeiros e funcionários da autarquia, a área foi devidamente selada pelas autoridades forenses, a rua está cheia de mirones, turistas, romeiros e foliões. Há teorias e palpites. Para além das tradicionais poeiras africanas, anda por aqui uma praga de joaninhas e meia árvore desabou inopinadamente numa manhã sem vento. De podre terá caído - como o PS, por assim dizer. Já ouço as motosserras oficias. A 12 vai para lenha, e é muito bem feito. Espera-se a todo o momento a chegada da senhora presidenta da Câmara, da CMTV e da CNN. Matosinhos é uma festa!

quinta-feira, 21 de março de 2024

A minha é a número 10

Foto Hernâni Von Doellinger

Hoje é Dia Mundial da Árvore. A minha, à porta do meu prédio, é a número 10. Não sei por que razão as árvores são agora numeradas e etiquetadas. Nem percebo como é que as florestas antigas conseguiram salvar-se sem serem numeradas e etiquetadas. Sou um simples: acredito que tudo tem o seu propósito e contento-me com as coisas conforme elas se me apresentam. Para além disso, o número 10 parece-me um bom número.

P.S. - Hoje é Dia Mundial da Árvore.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Branca de Neve e a floresta autóctone

Branca de Neve brincava às casinhas com a casa dos sete anões. Com os anões brincava aos médicos, há quem diga. E a casa era na floresta.
Capuchinho Vermelho ia levar o merendeiro à Avozinha, mas apareceu-lhe o Lobo Mau que a queria comer a ela, Capuchinho. E a casa da Avozinha era no meio da floresta.
Se alguém souber dizer onde eram as casas dos Três Porquinhos, não me admiraria que fossem na floresta. E, já agora, "porquinhos" porquê? E a floresta era autóctone?...

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Quando elas morriam de pé

"Morta por dentro, mas de pé, de pé, como as árvores", dizia a Senhora Dona Palmira Bastos, batendo altaneira com a bengala no tablado, na beleza insubstituível do preto e branco da televisão antiga. A queridíssima Senhora Dona Palmira Bastos tinha quase noventa anos e ainda não sabia das motosserras, do urbanismo autárquico e da Amazónia.

quarta-feira, 8 de junho de 2022

A senhora de Matosinhos

Foto Hernâni Von Doellinger

As árvores da minha rua crescem muito. Crescem tanto, que os seus vigorosos ramos costumam dar no focinho aos turistas que por aqui passam nos autocarros descapotáveis de dois andares. E os turistas, é preciso que se note, viajam lamentavelmente sem capacete.
A Câmara de Matosinhos, que faz de conta que liga very much ao turismo e aos turistas, mais até do que aos próprios matosinhenses, não mexe uma palha para meter na ordem as árvores insolentes e mal agradecidas. E, para vergonha da abandonada vizinhança, os incautos visitantes continuam a ser diariamente seviciados mesmo à frente dos nossos indesmentíveis olhos, vergastada atrás de vergastada. Continuavam.
No passado domingo, a cada vez mais despovoada procissão do Senhor de Matosinhos desceu a minha rua, como quase todos os anos, mas este ano movimentando-se em suspeitíssimo ziguezague, exactamente para que o andor com a preciosa e imponente cruz de Bouças pudesse passar sem mais violência ou outras avarias por entre as irrequietas pernadas das árvores que crescem muito, e os pegantes à rasca e os irmãos da confraria com o credo na boca e até eu com o coração nas mãos a ver quando é que aquilo tudo caía de cangalhas...
Ora acontece que atrás da cruz e do pálio cerimonial caminhava elegantíssima, como manda a tradição, a senhora presidente da Câmara, isto é, Nossa Senhora de Todas as Procissões, acenando para as varandas festivas, ao lado do inefável vereador Fernando Rocha, que também não falha uma, no seu fatinho de ver a Deus e naquele passinho bem ensaiado de autoridade local.
Que se segue: como que por milagre, as árvores da minha rua que crescem muito estão sendo finalmente desbastadas. Agora mesmo. Os serviços camarários entraram em acção de mansinho logo na segunda-feira, ordens de cima, como quem não quer a coisa, e hoje já atacam de motosserra em punho - estão a ouvir? É. Desalapar o cu dos gabinetes e ver como é que corre, cá fora, a vida real, às vezes até poderia ser boa ideia. Nem que seja só para dar nas vistas...

segunda-feira, 21 de março de 2022

Quando elas morriam de pé

"Morta por dentro, mas de pé, de pé, como as árvores", dizia a Senhora Dona Palmira Bastos, batendo altaneira com a bengala no tablado, na beleza insubstituível do preto e branco da televisão antiga. A queridíssima Senhora Dona Palmira Bastos tinha quase noventa anos e ainda não sabia das motosserras, do urbanismo autárquico e da Amazónia.

Que mal é que as árvores fizeram às câmaras municipais?

Era uma localidade um bocadinho estranha, porém exuberantemente moderna e cosmopolita. Nas suas principais entradas, a autarquia colocara frondosas tabuletas que avisavam os forasteiros: "Se quiser sombra, traga a sua própria árvore".  

P.S. - Hoje, 21 de Março, é Dia Mundial da Árvore e Dia Internacional da Floresta.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

A landre

A landre, é preciso que se note, já serviu para a nossa alimentação. O povo - isto é, o pobo - chama-lhe também bolota ou glande. Há quem agarre na glande e dela faça carvalho.  

P.S. - Hoje, 10 de Novembro, é Dia Mundial da Bolota.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Urbanismo e estupidez natural

Já basta o que basta, o desvario que aí vai pela rua. Da amargura. Roubam-nos os jardins e dão-nos desertos em forma de praça, arrancam-nos as árvores e impingem-nos guarda-sóis publicitários. Olhai o Porto, olhai Matosinhos, olhai Fafe - que seca! E a estes crimes de lesa-qualidade de vida as inteligências de carregar pela boca, doutores da mula ruça, autarcas autofágicos, ignotos ignorantes, chamam "urbanismo". Que estupidez!

P.S. - Publicado originalmente no dia 10 de Novembro de 2020. Hoje, 17 de Junho, é Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca.

Traz uma árvore também

Era uma localidade um bocadinho estranha, porém exuberantemente moderna e cosmopolita. Nas suas principais entradas, a autarquia colocara frondosas tabuletas que avisavam os forasteiros: "Se quiser sombra, traga a sua própria árvore".  

Quando as árvores morriam de pé

"Morta por dentro, mas de pé, de pé, como as árvores", dizia a Senhora Dona Palmira Bastos, batendo altaneira com a bengala no tablado, na beleza insubstituível do preto e branco da televisão antiga. A queridíssima Senhora Dona Palmira Bastos tinha quase noventa anos e ainda não sabia das motosserras e da Amazónia.