terça-feira, 2 de maio de 2017

Frei Agostinho da Cruz 4

Ó montes altos, vales abatidos,
Verdes ribeiras de correntes rios,
Ora por baixo de bosques sombrios,
Ora por largos campos estendidos,
 

Onde mais claro vejo repetidos
Meus mal considerados desvarios
De pensamentos vãos, baixos e frios,
Emendados tão mal, quão mal sentidos.
 

Passei a mocidade sem proveito,
Antes contra meu Deus acrescentando
Culpas a quantas culpas tenho feito,
 

Cuja pena a velhice está purgando
Para passar da morte o passo estreito,
Se não se no seu sangue for nadando.

Frei Agostinho da Cruz

(Frei Agostinho da Cruz nasceu no dia 3 de Maio de 1540. Morreu em 1619.)

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