Descobri que é chegada a hora de acrescentarmos ao tempo
e ao espaço mais uma dimensão fundamental à vida no universo:
o tesão.
Porém, não me refiro ao tesão do Aurélio, mas sim ao do
Caetano, por exemplo. Para mim esse tesão não habita dicionários
oficiais; entretanto, é o que anima e encanta os poetas tropicais.
Tesão sem passado, apenas contemporâneo e vertical, ele é
produto semântico e romântico dos que sentem desejo pelo desejo,
alegria pela alegria e beleza pela beleza. Mas pode ser ainda tesão de
quem sente desejo pela alegria, beleza pelo desejo e alegria pela
beleza.
Sem tesão não há solução, além disso é também um livro
confessional. Por meio de entrevistas, confesso-me anarquista
graças a Eros, poeta apenas de expressão corporal, romancista
das sujeiras humanas cristalinas, terapeuta somente de mutantes
e de coiotes, revolucionário por vocação herética, drogado
assumido, público e autônomo.
Termino o livro com uma profecia anarcoecológica, em forma
de manifesto: Tesudos de todo o mundo, uni-vos.
"Sem Tesão Não Há Solução", Roberto Freire
(Roberto Freire nasceu no dia 18 de Janeiro de 1927. Morreu em 2008.)
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