segunda-feira, 22 de maio de 2017

Roberto Freire

Descobri que é chegada a hora de acrescentarmos ao tempo e ao espaço mais uma dimensão fundamental à vida no universo: o tesão. Porém, não me refiro ao tesão do Aurélio, mas sim ao do Caetano, por exemplo. Para mim esse tesão não habita dicionários oficiais; entretanto, é o que anima e encanta os poetas tropicais. Tesão sem passado, apenas contemporâneo e vertical, ele é produto semântico e romântico dos que sentem desejo pelo desejo, alegria pela alegria e beleza pela beleza. Mas pode ser ainda tesão de quem sente desejo pela alegria, beleza pelo desejo e alegria pela beleza. Sem tesão não há solução, além disso é também um livro confessional. Por meio de entrevistas, confesso-me anarquista graças a Eros, poeta apenas de expressão corporal, romancista das sujeiras humanas cristalinas, terapeuta somente de mutantes e de coiotes, revolucionário por vocação herética, drogado assumido, público e autônomo. Termino o livro com uma profecia anarcoecológica, em forma de manifesto: Tesudos de todo o mundo, uni-vos.

"Sem Tesão Não Há Solução", Roberto Freire

(Roberto Freire nasceu no dia 18 de Janeiro de 1927. Morreu em 2008.)

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