sábado, 6 de junho de 2020

A arte do sarapint

Era um extraordinário ciclista e não fazia caso à gramática. Dizia que gostava de correr "isolado, sozinho, sem mais ninguém", porque depois, na meta, "cada cal é cada cal e cada um sarapinta como pode". Venceu uma Volta a Portugal e era do meu FC Porto e das minhas memórias. Tive o privilégio de conhecê-lo anos mais tarde, eu moço, ele já reformado do pelotão mas não das bicicletas. E então o meu gigante das estradas era aquele homenzinho? Aquilo é que era o colosso de rodas? Era. E fiquei a admirá-lo ainda mais, como quem admira um deus de impossíveis.

Sem comentários:

Enviar um comentário