Tronco submerso
Tudo o que eu amei estava aqui
 Do chão batido à cuia de açaí
 Por isso não cantei Copacabana
 Ainda que ela fosse tão bacana
 No brilho dos postais que eu recebi.
Tudo que eu amei estava aqui
 Da mão de milho ao pé de miriti
 E assim não falei da Torre Eiffel
 Dos perfumes de Chanel
 Nem do céu azul do Tennessee.
Desculpe meu irmão meu canto agreste
 Nutrido do jambu que não quisestes
 Manchado de tijuco e de capim
 Perdoa por favor meu pobre verso
 Um tosco tronco submerso
 No rio sem nome que se vai de mim. 
Ruy Barata 
(Ruy Barata nasceu no dia 25 de Junho de 1920. Morreu em 1990.)  
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