Desilusão
Esta é a terceira vez que sobre a mesa
Coloco tira de papel almaço,
Para lembrar do amor toda a fereza,
Escrevo sempre, mas não sei que faço...
Leio um verso, outro leito: que tristeza!
A Musa não me acode! Invoco Tasso!
Parece-me que o Mal tem mais defesa,
E o Bem, ao invés, me tolhe e prende o braço!
Mas, resoluto e cheio de coragem,
Consegui esquecer-te e pôr-te à margem...
Por mais que te arrependas, eu não mudo!
O amor que me deixou desiludido
É como o Lethes, "do torpente olvido:
Quem dele bebe, logo esquece tudo"!
"Calvário do Sonho", Francisco Gaspar
(Francisco Gaspar nasceu no dia 20 de Outubro de 1869. Morreu em 1921.)
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