Eu fui a sombra a converter-se em luz,
E fui a névoa a transformar-se em cor,
E fui o pranto a consagrar a dor,
Quando brilhei nos olhos de Jesus.
E fui a nuvem a buscar a altura,
E recebi do Sol a cor da chama.
Caí na terra e converti-me em lama
Para a tornar melhor e menos dura!
Fui pranto de perdão e de humildade...
E foi nuns olhos cheios de saudade
Que mais linda me fiz e desejei!...
E fui rio... e fui mar... e onda... e espuma...
E, em sonho de Poetas, fui a bruma...
O vago... o indeciso... o que não sei...
"Penumbras", Américo Durão
(Américo Durão nasceu no dia 28 de Outubro de 1894. Morreu em 1969.)
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