Trabalho
Minhas mãos cansadas gesticulam e meus músculos se contraem num esforço titânico.
O corpo curvado sobre as máquinas egoístas tem movimento de ritmo desigual e triste.
Há poesia de morte misturando-se ao barulho das volantes apressadas e impiedosas.
Os senhores ricos passam esmagando em palavras rudes os obreiros humildes.
E eu trabalho, e canso, e entristeço, e vacilo...
Mas Tamar vem de leve, envolve-me deliciosamente, beija-me nas faces, enxuga-me o suor da fronte com os seus cabelos de veludo, e me aponta a alvorada da Fraternidade e da Justiça ao sol rubro do Futuro.
"Tamar", Félix Araújo
(Félix Araújo nasceu no dia 22 de Dezembro de 1922. Morreu em 1953.)
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