domingo, 11 de dezembro de 2016

Augusto Meira

1
As armas cantarei, troféus e heróis
Que, em rude esforço, e arrojo sobre-humano,
Dilataram, à luz de tantos sóis,
Toda a glória do génio lusitano!
Direi a guerra, o sol, os arrebóis,
As vastidões da selva e do oceano,
Direi na lira de ouro, sobranceira,
Toda a vida da gente brasileira!... 

2
Direi do sonho que se fez, um dia,
Realidade excelsa e vencedora,
Todo o vigor que, de ênfase, irradia,
Espadanando em luz deslumbradora,
Desta terra distante que escondia
A treva e o céu, e a vaga aterradora,
Direi, da Pátria, os feitos e esplendores
Mais alto que Camões e os seus lavores!... 

3
Excelsa cruz de estrelas, cintilante,
Que enches o céu de meu Brasil e, alçado,
Outrora, foste o guia, ao navegante,
Que, primeiro em suas praias foi lançado,
Sê, também, o meu guia flamejante,
Neste empenho de amor em que hei sonhado,
Cruz de estrelas, refúgio redentor,
Verte em minha alma teu feliz fulgor! 
[...] 

"Brasileis - Epopeia Nacional Brasileira", Augusto Meira

(Augusto Meira nasceu no dia 11 de Dezembro de 1873. Morreu em 1964.)

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