Limitaram teu corpo com cal e pedra, 
quando ainda do teu seio brotava infância, 
mas não te destruíram. E no espaço, além, 
pelo fio das horas tu tecias 
tua imagem, mais que verde, de esperança.
Esta imagem de mansinho se espalhou, 
com força e mais bela, no meu sangue, 
e nas tardes de outono, com teu nome, 
distraía a primavera quase exangue.
Não se rendam jamais à pedra e à cal, 
que argamassa se faz, cumprindo horrores. 
Cantemos o outono e a primavera, 
que são feitos de cantos e de amores.
Vês! que num peito, às vezes, comprimido, 
entre algozes e angústias, brotam flores.
Cyl Gallindo
(Cícero Amorim Gallindo, conhecido como Cyl Gallindo, nasceu no dia 28 de Maio de 1935. Morreu em 2013.)
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